Deixa arder, que o meu pai é bombeiro ! Parece ser esta a ideia peregrina, a atitude, que, desde há décadas, preside entre os 'responsáveis' da luta contra os incêndios florestais no nosso país. Pois só assim se entende que, passado tanto tempo, tantos planos, tanto palavreado, tudo permaneça igual e haja períodos em que lavrem, simultaneamente, 200 fogos de matas no nosso território. Como já aconteceu este ano... Incrível e inadmissível ! Neste momento e segundo os jornais, 101 mil hectares de floresta já por cá foram pasto das chamas, quer dizer mais de metade da área consumida pelo lume em toda a Europa comunitária. Li, há pouco (a 12/08/2016), na capa de um matutino lisboeta, a seguinte e espantosa declaração do secretário de estado Jorge Gomes : «a indústria (sic) do fogo dá dinheiro a muita gente». Isto não pode ser, não pode continuar ! A nossa guerra é contra o fogo e têm que se encontrar meios e métodos para acabar com esta pouca vergonha. Que continua a custar muitos milhões ao erário público e a causar a perda (inaceitável) de património e de vidas. Os governantes devem servir, também, para resolver -definitivamente- problemas como este, que se arrastam, vergonhosamente, há décadas e décadas. Como se não houvesse nada a fazer. Há que acabar com este estado de coisas. Uma vez por todas. É o que exigem todos os Portugueses que têm consciência que o fogo empobrece -ano após ano- o nosso património vegetal, torna a nossa terra mais feia e que, por via disso, espanta os turistas. Ou os mesquinhos interesses dos tais 'industriais do fogo' primam sobre tudo o resto ? -Aqui fica feita a pergunta.
Aproveito aqui para louvar a tarefa insana dos bombeiros portugueses -verdadeiros heróis desta nação- que chegam a passar noites inteiras e continuadas sem dormir e muitas horas seguidas sem comer nem beber. O seu sacrifício é, na verdade, extraordinário e todos lhes ficamos devedores. Mil vezes obrigado !
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