Já aqui tenho expressado -neste blogue de coisas & loisas- o meu desprezo por certos políticos da nossa praça, que se têm servido da sua posição nas mais altas esferas do Estado para puxar a brasa à sua sardinha. Quer dizer (e ultrapassando o eufemismo), por gente que 'confunde' a sua missão (que deveria ser feita de actos a favor do interesse comum) com a ocasião única de tirar proveito pessoal e imediato do tacho que conseguiram com aqueles falaciosos discursos pré-eleitorais, que lhes valeram a confiança dos incautos. Nestes últimos tempos temos assistido à multiplicação de casos pouco abonatórios de corrida às sinecuras oferecidas a antigos governantes por grandes empresas privadas; que (presumivelmente) dessa gente se serviu nos tempos da governação e que, depois, agradecidas, corresponderam com as mamolas que todos conhecem, nomeadamente através de notícias da imprensa. Um dos últimos desses escândalos diz respeito a um senhorito que se tem revelado um impostor e um oportunista de primeira grandeza. E isto não é uma simples opinião pessoal, visto que, no seu próprio partido, a integridade moral da criatura em questão já é posta em causa, até por pessoas que, no passado, assumiram funções de direcção do CDS-PP a nível nacional. Anteontem, numa entrevista concedida ao jornal «i», o ex-presidente Manuel Monteiro disse o seguinte : «Paulo Portas colocou o CDS ao serviço daquilo que lhe interessa, que é enriquecer». E em relação a esta e outras tristes figuras do partido, prosseguiu : «Podem dizer que são democratas cristãos, mas o que lhes interessa são os negócios». Elucidativo, não é verdade ?
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