quinta-feira, 23 de julho de 2015

DOS JORNAIS...

A sangria emigratória (quantitativamente similar, ao que se diz, à dos difíceis anos 60 do passado século) tem esvaziado o nosso país de milhares de jovens. Entre os quais se contam muitas centenas de universitários, com os quais era legítimo contar para que -nas próximas décadas- Portugal seguisse em frente, sem penúria de quadros em diversas áreas. Mas a fuga maciça de arquitectos, de engenheiros, de professores, de médicos (e de outros técnicos de saúde, nomeadamente enfermeiros), etc. vai por em causa o futuro desta nação que é a nossa. Desastre que -com os levianos convites, para que os jovens procurassem ganhar a vida lá fora- as cabecinhas pensadoras que temos neste (des)governo promoveram, sem medir as reais consequências de tal acto. E a 'festa' continua, já que, segundo o «Diário de Notícias» de hoje, a Alemanha da senhora Merkel aparece agora a recrutar -nas nossas faculdades de medicina- estudantes ainda em fase de formação, mas aos quais já foi feita a promessa de arranjarem um lugar no sistema de saúde tudesco, valorizada pela aliciante perpectiva de por lá obterem uma remuneração equivalente àquela que, em Portugal, só podem aspirar os profissionais que chegaram ao topo da carreira. É evidente que, face aos míseros salários de 8 euros/hora, recentemente oferecidos aos tais médicos de família que o (des)governo Coelho/Portas quis recrutar, não há volta a dar. Difícil é, no entanto, engolir a pílula, quando se aprecia a situação e se chega à conclusão que o essencial dos muitos milhões de euros investidos nos estudos desses jovens saíram do erário público; que é, como quem diz, dos bolsos de todos nós. Ingloriamente ! E isso não aconteceu só com os jovens clínicos. Na realidade, o Estado (que somos nós)  também subvencionou largamente a formação de todos os outros miúdos que queimaram as pestanas a estudar nas nossas universidades para obterem um canudo e aos quais o 'regime' (ou o sistema, como lhe queiram chamar) oferece ordenadões de 600/700 euros mensais. Portanto, os jovens em questão não são minimamente culpados por adoptarem uma atitude que humanamente se compreende. E o mexilhão também não. Então, adivinhem lá : quem é responsável por toda esta fenomenal bagunçada ?

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