segunda-feira, 15 de junho de 2015
UM DOS LIVROS QUE ANDO A LER...
«O Favorito Português de Pedro, o Grande» é um livro da autoria de José Milhazes, um jornalista luso residente em Moscovo há muitos anos. Milhazes evoca, nesta sua última obra, a figura (praticamente desconhecida entre nós) de António Manuel Luís de Vieira, um simples grumete pertencente à comunidade de judeus portugueses dos Países Baixos; uma personagem que conheceu, nessa terra estrangeira, em finais do século XVII, o futuro czar Pedro I e que com ele estabeleceu sólidos laços de amizade, depois deste nele ter reconhecido um companheiro dedicado e um jovem com ideias interessantes. Convidado pelo príncipe herdeiro a segui-lo até à Rússia -para a qual o futuro imperador alimentava o ambicioso projecto de tranformar numa grande e respeitada nação- Pedro de Vieira não hesitou em transferir-se para esse longínquo e, ainda então, algo enigmático país. O português acabou por fazer ali uma grande carreira : foi um dos co-fundadores de São Petersburgo, da qual chegou a ser chefe da polícia, e até acedeu à nobreza, depois de ter contraído um improvável matrimónio com uma condessa, membro de uma das mais poderosas famílias russas desse tempo. Vieira gozou até à morte de Pedro, o Grande, da amizade e do respeito do imperador, que, entre outras qualidades, apreciava a sua honradez; algo de muito estimado num país onde a corrupção era regra. Sobretudo por parte de nobres ocupando altos cargos públicos. Com o passamento de Pedro I, a estrela do português empalideceu e Vieira esteve, uns anos, desterrado na Sibéria. Onde, no entanto e apesar das vicissitudes que por lá passou, também deixou a sua marca. Mas, enfim, o melhor é, na minha opinião, adquirir o livro de Milhazes (ou lê-lo numa biblioteca pública) para poder descobrir toda a rocambolesca história de António de Vieira, um compatriota do exterior que sempre dignificou o nome de Portugal pelas distantes plagas onde o levaram o seu espírito aventureiro. Aposto que ninguém de minimamente curioso ficará desiludido ou se sentirá defraudado.
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