segunda-feira, 29 de setembro de 2014

DEVORADORES DE FLORESTAS

Durante as centúrias passadas -sobretudo até meados do século XIX- os navios (de guerra ou mercantes) eram, exclusivamente, construídos em madeira. O que muita gente não sabe é que, até ao aparecimento de navios com casco de ferro, para os realizar, era necessário derrubar florestas inteiras. Tomemos, a título e exemplo, o caso do «Victory», navio-almirante de Horácio Nelson na renhida batalha de Trafalgar. Para construir esse navio emblemático da marinha real britânica -que ainda hoje pode ser admirado em Portsmounth, cidade portuária do sul de Inglaterra- foram abatidas cerca de 6 000 árvores, 90% das quais eram carvalhos. Imagine-se, pois, a hecatombe ecológica a que obrigava a realização de um único navio... E, quando se sabe, que nesses recuados tempos (séculos XVIII e XIX), a Grã-Bretanha era a maior potência naval do mundo, com um efectivo de centenas de embarcações navegando sob a sua bandeira, é fácil deduzir a razia sofrida pelos bosques e matas da Velha Albion. Mas não choremos sobre o leite derramado, porque o progresso -ontem, como hoje- teve e tem um preço.

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