sexta-feira, 27 de junho de 2014

«TARTARIN DE TARASCON»

Há muitos anos, tive a oportunidade de ver (num canal da TV francesa) o filme «Tartarin de Tarascon», realizado em 1934 por Raymond Bernard. Película na qual o inexcedível Raimu encarnou o famosíssimo e imaginativo caçador de leões, descrito por Alphonse Daudet no seu romance homónimo. Lembro-me de ter gostado muito de ter visto essa fita, experiência que, depois disso, não pude repetir. Infelizmente ! Aqui há dias deparei-me com a possibilidade de ver, de novo, «Tartarin de Tarascon». Não a película original que citei, mas um ‘remake’ datado de 1962, onde o actor e humorista Francis Blanche protagoniza o fanfarrão e mitómano meridional, constrangido -para não perder a face perante os amigos- de rumar a África… para caçar o leão do Atlas. Fiquei desiludido, até certo ponto, porque achei que esta mais recente fita não correspondeu ao que eu dela esperava. E que a dita não estava à altura da sua antepassada dos anos 30 do século transacto. No entanto, não dei por perdido o tempo que passei a visioná-la (em DVD, obviamente), até me regalando, por vezes, com alguns dos diálogos adaptados pelo já citado Francis Blanche e por Yvan Audouard. E, dos momentos finais, retive o engraçado comentário de anónimo comentador : «Non Messieurs, dames. Non Messieurs, dames ! Il n’y a pas de menteurs dans le Midi; Pas plus à Tarascon, qu’à Nîmes, qu’à Toulouse, qu’à Marseille. L’homme du Midi ne ment pas, il se trompe. Son mensonge à lui, ce n’est pas un mensonge; c’est une espèce de mirage. Le seul menteur, s’il y a un, c’est le soleil».

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