quinta-feira, 3 de outubro de 2013

UMA FOTOGRAFIA DE 1908 E UM SELO DE CORREIO DE 1978


Esta velha fotografia, de 1908, mostra um grupo de militares do exército colonial português, pertencentes à guarnição de Bissau. A árvore onde alguns soldados estão 'empoleirados' é um poilão (ou mafumeira), que se distingue pelo seu tronco curiosamente plissado, na base, e pelo seu porte gigantesco. Atente-se, igualmente, nas singelas peças de artilharia, exibidas pelos retratados. A antiga Guiné Portuguesa é (como se sabe) a actual República da Guiné-Bissau, que acedeu à independência total em 1974, após muitos anos de luta contra o regime salazar-caetanista e na sequência do movimento libertador do 25 de Abril; que acabou, de vez, com as guerras coloniais (nas quais morreu inutilmente tanta gente) e que também libertou Portugal da ditadura. A propósito da luta libertadora dos povos guinéus (e cabo-verdiano) apraz-me lembrar a insigne figura de Amílcar Cabral, um homem inteligente, esclarecido e sensato, que foi vilmente assassinado em Conakry (a 20 de Janeiro de 1973) por membros do seu próprio partido (o PAIGC) manipulados por agentes da PIDE/DGS, a criminosa polícia política da ditadura.

O selo (emitido pela administração postal da extinta R.D.A. em 1978), mostra o líder Amílcar Cabral, que disse uma vez, aos seus companheiros de luta, mais ou menos isto : «A língua portuguesa foi a melhor coisa que o colonialismo nos deixou e vamos servir-nos dela para assegurar o desenvolvimento do nosso país».

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