sexta-feira, 18 de outubro de 2013

MOU, POR QUÉ NO TE CALLAS ?

Segundo reportagem do correspondente da SIC em Londres, José Mourinho atacou violentamente os espanhóis, acusando-os (generalizando) de sentirem um ódio profundo, visceral pelos portugueses. Um exagero, naturalmente, que, vindo de quem vem, não me merece o mínimo crédito. Até porque eu vou -com frequência- ao país que connosco partilha a península Ibérica e nunca lá fui desrespeitado e/ou maltratado. O treinador Mourinho deveria entender que vive num mundo (o do futebol), de paixões exacerbadas. E que não pode tomar 'pour argent comptant' (como diriam os franceses) as ofensas que as exaltadas e desmioladas claques do futebol proferem. Sejam elas espanholas, portuguesas ou de outras nacionalidades. Porque se assim fosse, e tomando em consideração o exemplo caseiro, eu amanhã não poderia ir ao Porto e os tripeiros teriam muita dificuldade em sobreviver numa visita que fizessem à capital da República. Infelizmente, o futebol-espectáculo (dominado pelo deus dinheiro) tem-se tornado um factor de divisões e de ódios de estimação, alimentado, muitas vezes, por pessoas que deveriam ter juízo; mas esses sentimentos exacerbados só transbordam para fora dos estádios, quando são protagonizados por energúmenos com uma caganita no lugar do cérebro. Por gente que só vive para a bola e para a adoração doentia dos respectivos ídolos. Eu acho, com toda a simpatia que a pessoa me merece, que aquele a quem chamam o «melhor treinador do mundo» deveria ponderar (como nós todos)as suas palavras antes de as proferir; porque há palavras mais perigosas do que as balas. Felizmente que vivemos na Europa, continente onde as pessoas (mesmo aquelas que gostam do chamado desporto-rei e é o meu caso) já não se deixam levar por 'estados de alma' desta natureza. Venham eles do treinador do Chelsea ou de alguém de outro.

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