quinta-feira, 17 de outubro de 2013
ESCRAVATURA MODERNA
Segundo dados, agora publicados pela organização Walk Free (uma ONG sedeada na Austrália), o Mundo conta ainda (para vergonha nossa) 30 milhões de escravos ! O maior número desses indivíduos privados de quaisquer direitos encontram-se na Índia, país que totaliza 14 milhões de seres humanos a viverem nessa triste condição. O conceito moderno de escravatura já nada tem a ver, naturalmente, com aquele que vigorava em séculos passados. Hoje, considera-se escrava toda a pessoa que é constrangida, muitas vezes pela violência, a executar tarefas que ela não quer e pelas quais não recebe remuneração ou a quem é dado um mínimo para sobreviver. Esta chaga dos tempos modernos atinge, sobretudo, a Ásia e a África, continentes onde foram recenseados, segundo Nick Gromo, director-geral da Walk Free, a grande maioria dos casos de escravatura. Em termos percentuais, a campeã da escravatura é a Mauritânia, que terá 160 000 escravos numa população de apenas 3,8 milhões. Mais grave : neste país islâmico da região saariana «encontram-se ainda escravos hereditários (...) e há crianças que nascem escravas». Leis que proíbem a existência deste estado de coisas existem em todos os países. O problema é que, manifestamente, não há vontade política para as aplicar, nem tribunais para castigar os prevaricadores. Embora certas regiões do globo, tais como a América do norte, a Austrália e a Europa ocidental, sejam pouco afectadas por este flagelo, a verdade é que também elas não estão imunes à ignomínia da escravatura. Mesmo nos países menos tocados, como é o caso da Islândia, da Irlanda e do Reino Unido, a Walk Free detectou 4 400 casos de escravatura moderna. Quanto à península Ibérica, não tenho os dados desta ONG, que é apoiada por inúmeras figuras mundiais de grande prestígio, tais como Hilary Clinton ou Bill Gates. Mas recordo (todos recordam) casos relatados nos jornais, que denunciavam o tráfico de concidadãos nossos para Espanha, onde eram submetidos a regimes de trabalho forçado, por vezes, não remunerado e com a apreensão de papéis de identidade pelos patrões. Situações que se enquadram, perfeitamente, no quadro da escravatura moderna. Resta-nos esperar que esta denúncia pública por parte da Walk Free constitua mais um passo em frente na luta contra esta escandalosa prática, contra o direito, para o ser humano, de viver livre !
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