quarta-feira, 2 de outubro de 2013

NOSSA SENHORA DO CABO ESPICHEL


Se neste país houvesse um mínimo de bom senso e de visão, já há muito tempo que se teriam investido (com crise ou sem ela) as somas necessárias à reabilitação inteligente e global do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel (também chamado de Nossa Senhora da Pedra Mua), que é um dos lugares mais belos de toda a península de Setúbal. Quando falo de reabilitação global, refiro-me, naturalmente, ao património edificado e a toda a zona envolvente, de modo a interessar os muitos turistas -religiosos e profanos- que a visitariam e que até ali se demorariam, pernoitando e gozando de coisas tão importantes como a paisagem (de grande formosura) e como a gastronomia regional. Estou certo de que a recuperação arquitectural deste lugar à beira mar plantado e o embelezamento do espaço natural que o rodeia seria uma preciosa mais valia para o turismo sesimbrense, mas, também, para o turismo nacional no seu todo. Assim houvesse vontade e inteligência por parte daqueles que têm por missão zelar pelos bens patrimoniais desta nação, que tão maltratada tem sido por quem a devia respeitar e acarinhar. O culto a Nossa Senhora do Cabo remonta aos tempos medievais, provavelmente ao século XII. Em meados do século XIV, foi construída, no promontório. uma ermida para guardar uma imagem da Virgem, que já era objecto da devoção popular. A igreja actual só seria erigida no século XVII e as hospedarias, para alojamento dos romeiros, datam da centúria seguinte. A chamada 'Casa da Ópera' foi edificada em 1770 e destinava-se a promover espectáculos de carácter cultural, nomeadamente peças de teatro, para os peregrinos e para outras pessoas atraídas pelo negócio que esse movimento de gentes suscitava. Pegadas de dinossauros do Jurássico, assim como vários trilhos de matéria fossilizada, são visíveis na área do cabo Espichel. A crença popular atribuiu as referidas pegadas a uma mula, em cujo dorso Nossa Senhora teria subido rocha acima...

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