Este soberbo veículo é o 'Présidence', um modelo da SIMCA (sigla que significava, se bem me lembro, Société Industrielle de Mécanique et Carrosserie Automobile) que era, em finais dos anos 50 e inícios da década seguinte, uma das viaturas mais luxuosas construídas em França. Artigo só para os ricos ou para instituições prestigiosas como a presidência da República Francesa, que adquiriu vários exemplares. O general Charles de Gaulle (que eu ainda conheci no poder) usou o 'Présidence' no uso das suas altas funções de estadista. Os modelos aqui expostos representam o produto de base. E a fotografia deixa ver o carro 5PT75 com o general a bordo. Os Simca's presidenciais distinguiam-se pelo facto de serem descapotáveis e por disporem de uma barra (fixada entre as duas filas de assentos) que permitia ao seu ilustre ocupante manter-se de pé, com toda a segurança. O SIMCA 'Présidence' foi um dos primeiros carros, 'made in France', com linhas americanas a ser vendido no mercado nacional. Mercado que, no imediato pós-guerra se contentava, naturalmente, com viaturas de pequeno porte. Quando eu cheguei a França -em Janeiro de 1965, a classe operária já possuía automóveis para uso particular, mas eram, na sua quase generalidade, veículos de ocasião do género SIMCA 'Aronde' e '1000', Renault 'Dauphine' e '4L' (este acabado de nascer), Peugeot '301' e '403', Citroen 'Ami' e quejandos. Só no final dessa década, com a melhoria do nível de vida, é que o francês médio pôde aceder aos carros novos. Através do crédito ou graças às suas poupanças. Por volta de 1968 (ano de grande contestação popular naquele país que me é caro), um operário gaulês ganhava entre 1 000 e1 500 FF mensais e um Citroen '2cv' custava pouco mais de 3 000 FF e o preço de um '4L' rondava os 4 000 FF. Nada a ver, pois, com os preços praticados por cá (nesse tempo), que impediam os portugueses da classe mais modesta de sonhar com a compra de um carro (por muito rasca que fosse) para gozo da família.
Este soberbo veículo é o 'Présidence', um modelo da SIMCA (sigla que significava, se bem me lembro, Société Industrielle de Mécanique et Carrosserie Automobile) que era, em finais dos anos 50 e inícios da década seguinte, uma das viaturas mais luxuosas construídas em França. Artigo só para os ricos ou para instituições prestigiosas como a presidência da República Francesa, que adquiriu vários exemplares. O general Charles de Gaulle (que eu ainda conheci no poder) usou o 'Présidence' no uso das suas altas funções de estadista. Os modelos aqui expostos representam o produto de base. E a fotografia deixa ver o carro 5PT75 com o general a bordo. Os Simca's presidenciais distinguiam-se pelo facto de serem descapotáveis e por disporem de uma barra (fixada entre as duas filas de assentos) que permitia ao seu ilustre ocupante manter-se de pé, com toda a segurança. O SIMCA 'Présidence' foi um dos primeiros carros, 'made in France', com linhas americanas a ser vendido no mercado nacional. Mercado que, no imediato pós-guerra se contentava, naturalmente, com viaturas de pequeno porte. Quando eu cheguei a França -em Janeiro de 1965, a classe operária já possuía automóveis para uso particular, mas eram, na sua quase generalidade, veículos de ocasião do género SIMCA 'Aronde' e '1000', Renault 'Dauphine' e '4L' (este acabado de nascer), Peugeot '301' e '403', Citroen 'Ami' e quejandos. Só no final dessa década, com a melhoria do nível de vida, é que o francês médio pôde aceder aos carros novos. Através do crédito ou graças às suas poupanças. Por volta de 1968 (ano de grande contestação popular naquele país que me é caro), um operário gaulês ganhava entre 1 000 e1 500 FF mensais e um Citroen '2cv' custava pouco mais de 3 000 FF e o preço de um '4L' rondava os 4 000 FF. Nada a ver, pois, com os preços praticados por cá (nesse tempo), que impediam os portugueses da classe mais modesta de sonhar com a compra de um carro (por muito rasca que fosse) para gozo da família.
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