sábado, 31 de agosto de 2013

A ARMA DO DESESPERO

No último ano da 2ª Guerra Mundial, quando a vitória já sorria às forças da coligação anti-nazi, os apaniguados de Adolf Hitler começaram a despejar dos seus arsenais toda uma panóplia de armas de tecnologia inovadora, que, pensavam eles, iria fazer pender o prato da balança a seu favor. Esses engenhos bélicos revolucionários, a que muita gente chamou as 'armas do desespero', chegaram, todavia e para bem da Humanidade, tarde de mais aos teatros de operações. Tarde de mais para se oporem à pujança dos exércitos da União Soviética e dos seus aliados ocidentais -norte-americanos e britânicos- que, depois do desembarque vitorioso na Normandia em Junho de 1944, convergiam todos, imparavelmente, na mesma direcção : Berlim, a orgulhosa capital do 3º Reich. A capital daquele império que deveria durar mil anos... Uma dessas armas foi o avião Heinkel He-162. Um aparelho cujo primeiro protótipo foi concebido, desenhado e construído em apenas 90 dias. A sua construção fora especialmente estudada para que o novo avião pudesse ser realizado (com materiais não-estratégicos) por uma mão-de-obra semi-qualificada, recrutada, geralmente, entre os prisioneiros de guerra. Alcunhado 'Salamander', o Heinkel He-162 também não requeria pilotos veteranos (cada vez mais raros nas fileiras da 'Luftwaffe'), pilotos muito experimentados. Assim, os seus primeiros utilizadores, foram jovens -recrutados na Juventude Hitleriana- com formação nos planadores, que receberam uma instrução básica, antes de passar directamente à pilotagem de um dos primeiros jactos operacionais da História da Aviação. Naturalmente os acidentes foram numerosos. Ao ponto que o He-162 foi, ao que eu julgo saber, o primeiro avião a receber um assento ejectável. Este avião de caça teve, obviamente, uma vida operacional curta e pouco eficaz. Embora tenham sido fabricados 275 exemplares (e de se ter iniciado a construção de 800 outros aviões, que depois da derrota da Alemanha, foram apreendidos pelos Aliados nas suas linhas de montagem, em diferentes fases de acabamento) esta arma não modificou o curso da História. O inovador Heinkel He-162 estava equipado com um turboreactor Jumo 004 (concebido e realizado pela firma Junkers), que o avião em questão carregava sobre a fuselagem. As fotos mostram um desses aparelhos -com as sinistras insígnias da aviação hitleriana- e um motor Jumo 004 a ser examinado (no pós-guerra) por dois técnicos britânicos do Departamento Científico do Instituto de Aeronáutica.

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