sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018
UM INSIGNE PILOTO QUINHENTISTA CHAMADO JOÃO AFONSO DE AVEIRO
A gesta das Descobertas Geográficas dos Portugueses dos séculos XV e XVI foi protagonizada por grandes figuras (Dias, Gama, Magalhães, etc), mas também por gente anónima, cujos nomes e memória dos feitos se perderam na voragem do tempo. Outros houve -entre essas duas categorias de heróis- que deixaram uma marca que não se apagou, mas que estão hoje, infelizmente, ausentes da lembrança de um povo que se divorciou do seu passado ao desprezar a sua própria História. Estou a lembrar-me, por exemplo e entre muitos outros ilustres varões, de um certo João Afonso de Aveiro (assim apelidado por ser natural da Cidade da Ria), que foi um dos nossos grandes pilotos quinhentistas. Um marinheiro que acompanhou Diogo Cão -por ordem de el-rei D. João II- na viagem de exploração que este valente navegador transmontano chefiou em 1484; e que levou os marinheiros lusos até aos confins da África ocidental e a penetrar profundamente no rio Zaire, para visitar o quase mítico reino do Congo. Tão grandes foram os préstimos de João Afonso, que foi o próprio Cão quem informou o 'Príncipe Perfeito' sobre a sua real competência. Como recompensa, o soberano confiou-lhe, no ano seguinte, a exploração do então chamado rio Formoso, daí resultando a descoberta e os primeiros contactos com o reino de Benim, no golfo da Guiné. Foi também graças a informações recolhidas nesse reino africano, que João Afonso de Aveiro pôde informar D. João II sobre o Prestes João e, teoricamente, abrir caminho à relação de amizade que os Portugueses iriam estabelecer com a Etiópia. Depois dessa sua viagem, João Afonso regressaria ao reino de Benim, onde abriu feitorias comerciais. E onde viria a falecer em data incerta.
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