domingo, 18 de fevereiro de 2018

PAULO DA GAMA, UM NAVEGADOR NA SOMBRA DE VASCO

Paulo da Gama, irmão mais velho de Vasco -o imortal descobridor do caminho marítimo para a Índia- era, tal como este, alentejano. Nasceu na vila de Olivença (em mãos espanholas desde a famigerada Guerra das Laranjas) por volta de 1465. Quando D. Manuel I confiou a Vasco a primeira frota que o levou ao Oriente, este entregou a Paulo o comando da nau «São Rafael», um dos quatro navios que zarparam de Lisboa no memorável sábado, dia 8 de Julho de 1497. Já na Índia, aquando da missão diplomática de Vasco da Gama junto do Samorim, foi o primogénito dos Gamas quem assumiu o comando da frota. Mas a viagem de regresso foi-lhe fatal. Paulo da Gama adoeceu em pleno mar (talvez de tuberculose), já depois do episódio da queima do seu navio, que, de muito maltratado que estava, foi declarado inapto à navegação. Passou, então a viajar na nau «São Gabriel» (a capitânia) até à ilha de Santiago (no arquipélago de Cabo Verde), onde seu irmão fretou uma caravela (navio mais rápido) para o levar a Lisboa. Mas essa viagem terminaria, infelizmente, nos Açores, onde o novo transporte de Paulo da Gama fez escala para se abastecer em água e mantimentos frescos. O navegador morreu ali (na ilha Terceira) em data imprecisa do mês de Junho de 1499. E foi sepultado na igreja de Nossa Senhora da Guia, em Angra; um templo que seria reintegrado no futuro convento de São Francisco, onde ainda hoje existe uma lápide tumular lembrando que ali foi sepultado o navegador. Muito menos famoso de que seu irmão mais novo, Paulo da Gama teve, no entanto, papel preponderante durante a longa viagem até à Índia, enquanto capitão e conselheiro do almirante... É bom não esquecer esse seu papel. Para que justiça seja feita à sua memória.

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