segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
COISAS CURIOSAS DO PASSADO
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Quando eu era miúdo (andaria aí pelos meus 13/14 anos) assisti, algo atónito e maravilhado, às primeiras emissões de televisão que ocorreram no nosso país. Emissões ainda experimentais, que tiveram lugar na saudosa Feira Popular, lugar de divertimento dos lisboetas e das populações de localidades próximas da capital. Isto passou-se, ao que julgo, em finais dos anos 50... Pouco tempo depois, começou a comercializar-se a tal 'caixinha que mudou o mundo'. Mas os preços eram de tal ordem inabordáveis para a bolsa do comum dos portugueses, que só os ricos, as colectividades recreativas (com muitos sócios) e certos estabelecimentos comerciais (como cafés e restaurantes) se podiam dar ao luxo de adquirir um receptor de TV. Mas, mesmo assim, certos comerciantes de electrodomésticos exibiam nas montras das suas lojas esses atraentes e desejados aparelhos; e, para folgança do povo, deixavam-nos ligados até à hora de fecho das emissões, que, por esse tempo, não se estendia para além da meia noite. Dessa maneira, era frequente verem-se magotes de pessoas diante das tais vitrinas (por vezes até acomodadas em banquinhos trazidos de casa), para desfrutar de um espectáculo inédito. Durante o qual se exibiam fitas, se viam e ouviam cançonetistas famosos ou se assistia ao desenrolar de um divertido concurso apresentado pelo Artur Agostinho. Eu próprio vivi situações dessas, que hoje podem parecer caricatas, mas que eram, na verdade e apenas, manifestações de curiosidade por uma coisa que, décadas mais tarde, nos haveria de colonizar. Roubando-nos o essencial do nosso tempo. Na foto anexada, da autoria de mestre Augusto Cabrita, podemos ver -em pleno Barreiro- uma das cenas descritas...
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