sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
RECORDAÇÕES (E ALGO MAIS)
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Niagara-on-the-Lake é uma cidadezinha do Canadá, muito bonita, que faz parte da província do Ontário. É simultaneamente banhada pelo lago Ontário (a norte) e pelo rio Niagara (a leste), situando-se a pouca distância das famosas cataratas, que tantos turistas atraem à região. Tive o imenso prazer de visitar toda esta zona fronteiriça (Canadá-Estados Unidos da América) há 20 anos, em 1995. Num tempo em que ainda era possível às pessoas que viviam do seu trabalho produtivo (pelo menos a algumas delas) fazer férias em territórios que hoje lhes estão totalmente vedados. Por causa da crise causada pela política praticada por energúmenos que nunca fizeram nada de útil na vida. Mas que, hoje, pertencem à seita que controla e condiciona a existência dos outros; daqueles que produziram a riqueza de que eles usufruem sem vergonha. Voltando à vaca fria, quero dizer que Niagara-on-the-Lake surpreende pela beleza do seu casario vitoriano, pelo arranjo impecável das suas floridas ruas, mas, sobretudo, pelos pomares e vinhedos que a circundam. Confesso que nunca pensei ver vinhas por aquelas bandas, pois confesso que (erradamente) assimilo a sua cultura às terras do sol. Como as do meu Alentejo natal. Recordo-me, entre outras coisas deslumbrantes que por lá vi, de Fort George com a sua paliçada em troncos de árvore, como se usava nos tempos das guerras franco-britânicas do século XVIII pela posse do Canadá e que envolviam a participação das nações ameríndias locais. Essa rústica fortificação faz face (como mostra o selo dos correios canadianos anexado a este 'post') a Fort Niagara, estrategicamente situado do outro lado do rio do mesmo nome e que hoje se encontra em território dos E.U.A.. Também me lembro bem do 'charme désuet' das construções civis da cidade, perfeitamente conservadas e de uma limpeza impecável; e nomeadamente de uma loja do comércio local, que, curiosamente, vende -em regime de exclusividade e durante todo o ano- artigos de... Natal. Em suma, gostei muito desta minha primeira viagem a terras do Novo Mundo, que se estendeu pelo território das províncias do Quebeque e do Ontário e pelo norte do estado de Nova Iorque. Experiência americana que repeti, em 1999, com uma viagem feérica, inolvidável, através dos estados federais da Califórnia, do Nevada, do Utah e do Arizona. Durante muito tempo, alimentei a esperança de renovar a experiência noutras regiões da América do norte, zona do vasto mundo pela qual me sinto particularmente atraído. Infelizmente, os tais políticos inúteis, nocivos, que 'inventaram' a crise e no-la fazem agora pagar, através de cortes insuportáveis nos nossos rendimentos salariais e afins e da aplicação de impostos suecos a gente que já tem um nível de vida próximo do dos magrebinos retirou-me toda a possibilidade material de satisfazer esse meu sonho. Agora só posso encarar como viável uma viagenzita a Alcobaça (cujo valor turístico eu, naturalmente, não menosprezo, mas onde já fui muitas vezes) para me maravilhar perante os túmulos de Pedro e Inês ou um raide até à Nazaré, para lá me deliciar com as vistas e -com um pouco de sorte- com uma caldeirada. E mesmo assim, há que contar três vezes os tostões. Para que não falte o dinheiro necessário para assegurar, 'ad aeternum', o trem de vida dos nossos (des)governantes e respectivos séquitos.
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