Este homem deixou de ser, ontem, presidente da República Portuguesa. Cargo onde, apesar das honras de circunstância que agora lhe foram prestadas, não deixou saudades. Pelo menos à maioria dos cidadãos deste país, incluindo muitos daqueles que, em diferentes ocasiões, lhe deram os seus votos. Com uma carreira política de 40 anos (mais do que as de Salazar e Marcelo Caetano reunidas), ele sempre se colocou (é essa a minha opinião) do lado dos mais fortes e dos mais ricos contra a arraia-miúda. Classe à qual, curiosamente, ele pertencia. Também não será injusto dizer que, enquanto primeiro-ministro de vários governos, ele contribuiu grandemente para o desmantelamento da nossa indústria, da nossa agricultura, do nosso sector de pescas, dando assim uma vibrante machadada na economia nacional; que, por essa razão, se distanciou mais e mais da dos nossos vizinhos europeus. Muita gente desta terra, e até certa imprensa, tem pretendido que o 'Sr. Silva' (que se viu envolvido em casos pouco abonatórios da sua idoneidade, como, por exemplo, o das acções do BPN, o da esquisita troca da sua mansão algarvia, o da pensão atribuída aos pides e o da nega de igual benesse à viúva de um herói de Abril) foi o pior presidente do período democrático. E eu acredito firmemente que sim. Por isso, na hora da despedida, só lhe desejo que faça tudo para que nós, portugueses, o esqueçamos o mais rapidamente possível.
Para o seu lugar foi eleito um outro membro eminente do PSD, que também, ontem foi investido nas suas funções de primeiro magistrado da nação. Não foi o político que eu escolhi, já o disse aqui. Mas estou disposto a esperar pela sua acção, antes de julgá-lo. De qualquer modo, parece-me que Marcelo Rebelo de Sousa -pessoa extremamente popular- nunca poderá fazer pior do que o seu predecessor.
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