sexta-feira, 7 de junho de 2013
INACEITÁVEL APARTHEID
Acabei de ver na televisão (TV5 Monde) um excelente documentário canadiano sobre a vida da população da Palestina sob ocupação israelita. Nada que eu já não soubesse. No entanto, é sempre triste e revoltante ver como uma nação (que até funciona de maneira democrática) atingiu tal grau de indignidade. Que perdura desde 1948, do tempo da independência do estado judaico, mas também do massacre pioneiro de Deir Yassine. Geralmente, as autoridades israelitas defendem-se das acusações feitas à sua política com a estafada 'história' do anti-semitismo. Escusa cada dia mais gasta, menos eficaz, devido ao número crescente de cidadãos do mundo (israelitas incluídos) que denunciam a política de verdadeiro 'apartheid' que, naquele país do Próximo Oriente, descrimina toda a população muçulmana (e cristã) não colaborante. 'Apartheid' foi a palavra que utilizei e que se justifica plenamente, já que, ali, em Israel e nos territórios ocupados, as leis funcionam diferentemente em função da origem dos cidadãos que lá vivem. 'Apartheid' que, cada dia, se torna mais visível à medida que proliferam os colonatos judeus em terra alheia e que um autêntico muro da vergonha se alonga à vista de toda a gente. Está mais que provado que Israel não quer negociar um tratado de paz e de justa coexistência com os seus vizinhos árabes. E que os seus protectores americanos também não estão interessados nisso. E, eu e milhões de pessoas espalhadas por esse mundo fora, sabemos porquê. Israel é (com o seu poderoso exército e arsenal nuclear) o braço armado dos 'states' naquela região sensível do mundo. Obama, figura na qual muita gente apostou para mudar as coisas, não passa, afinal, e tal como os seus predecessores na Casa Branca, de um joguete nas mãos dos poderosos 'lobies' que decidem da orientação (segundo os seus interesse) da política externa dos Estados Unidos da América. Hoje toda a gente sabe que o fim da política segregacionista e ocupacionista dos israelitas só pode ser imposto aos prevaricadores por um movimento de cariz universal, que lance um boicote total sobre as relações comerciais, científicas, culturais, desportivas, com Israel. Utopia ? Talvez não ! Nota final : sempre achei que, após séculos de êxodo e depois de todas as perseguições que sofreu ao longo da História, o povo martirizado pelo Holocausto nazi merecia viver numa pátria sua, com todas as garantias de segurança que lhes são devidas. E, confesso, que, desde miúdo, aprendi a admirar o povo que fez do deserto um jardim. Com longínquos ascendentes de origem judaica (daqueles que, no nosso país, foram constrangidos à conversão à fé católica para, assim, poderem escapar às fogueiras da Inquisição), eu não posso tolerar, no entanto, a política de um estado, cada vez mais confessional e irracional, que se impõe pela força e que faz da intolerância e do desrespeito com que trata os seus vizinhos, uma maneira de estar no mundo.
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