Odeio o clima de queixinhas e de outras mariquices que está a tomar conta do futebol profissional no nosso país. Isto dito, estou plenamente de acordo com o F. C. Porto, quando, recentemente, denunciou a atitude racista do jogador de uma equipa rival, que -durante um jogo das meias-finais da Taça da Liga- bolsou insultos grosseiros e racistas contra um dos seus adversários africanos. Se eu mandasse, o tal cachopo desbocado apanhava 10 jogos de castigo e era radiado da selecção. Já ! Para tomar consciência da gravidade do seu acto (ser racista é crime) e para aprender a comportar-se como um homenzinho...
Os atentados contra a Natureza são atentados contra as pessoas. Basta de tanta incúria ! O Tejo é um património único, que não pode ser destruído para que meia dúzia de patifes continue a ganhar milhões !
Simultaneamente guerreiro, navegante, geógrafo, cosmógrafo, escritor, embaixador, administrador e cortesão, Duarte Pacheco Pereira (c. 1460-1533) é, sem sombra de dúvida, uma das mais ilustres figuras do seu tempo. E não só da História de Portugal. Aquele a quem -pelos seus feitos militares, em África e no Oriente- Camões chamou o «Aquiles Lusitano, foi, com efeito, um homem excepcional, ligado a momentos altos da História do Mundo, pois (entre muitas outras coisas importantes) foi co-signatário do famoso Tratado de Tordesilhas, defendeu, de armas em punho, as fortalezas portuguesas do norte de África e da Índia, foi administrador do castelo-feitoria de São Jorge da Mina, foi (na opinião de muitos historiadores) o verdadeiro descobridor do Brasil (em 1498), desenhou novos mapas e deixou informação preciosa (referente às navegações lusas 'e outras cousas') no seu espantoso livro «Esmeraldo de Situ Orbis». Segundo o historiador Joaquim Barradas de Carvalho, um dos seus biógrafos, Duarte Pacheco Pereira foi um génio «comparável a Leonardo da Vinci»; que calculou o valor do grau de meridiano com uma margem de erro de apenas 4%. Pena é que este varão -misto de guerreiro e de sábio- seja tão ignorado dos portugueses do nosso tempo...
O artista Álvaro Pires de Évora (ou Alvaro di Piero da Portogallo, como lhe chamam os italianos) é o primeiro pintor português com assinatura conhecida. Originário (muito provavelmente) da capital do Alentejo, Álvaro Pires viveu e trabalhou na primeira década do século XV. Executou grande parte da sua obra em Pisa, Volterra e Florença, onde residiu. O essencial dessa sua obra (uma trintena de frescos, tábuas e telas) é constituída por trabalhos de inspiração religiosa. Até há meia dúzia de anos não havia uma única manifestação da sua arte no nosso país. Agora está patente (felizmente) no Museu de Évora uma preciosa tábua pintada por esse nosso artista, intitulada «A Virgem com o Menino entre São Bartolomeu e Santo Antão sob a Anunciação». Esse trabalho -com mais de 600 anos- foi adquirido no estrangeiro, por 64 000 contos, graças a um grupo de mecenas. Mecenas que tiveram a inteligência e a magnanimidade de devolver ao museu da terra de Álvaro Pires (Évora) uma obra marcante da nossa arte pictórica de Quatrocentos. Bem-hajam !
-Sabia que o chá (ou melhor, os chás) da ilha de São Miguel (Açores) ganharam tal fama, que até são exportados para países asiáticos de grande produção, como, por exemplo, a Tailândia ? Pois é pura verdade, e isso deveria ser motivo de grande orgulho para os Portugueses !
O Benfica -que ontem venceu brilhantemente em Braga o Sporting local- está vivo e bem vivo ! E desiludiu todos aqueles que já o davam como morto e enterrado na corrida ao título. Depois da exibição de gala contra a temida equipa minhota, os encarnados transmitiram algum ânimo e muita esperança aos seus adeptos, que agora sabem que o 'penta' ainda é possível. De qualquer modo, muita da pressão está, agora, do lado dos adversários directos das águias; apesar destes ainda beneficiarem de algum avanço pontual e de jogos em atraso. Afinal, o campeonato ainda não acabou... «Et Pluribus Unum».
Toda a gente conhece a expressão 'dar às de vila-diogo'; que significa fugir. Mas poucos portugueses e outros falantes da nossa língua conhecerão a origem de tão curioso dito. Ora, apesar de haver para essa tal expressão várias explicações, parece-nos que a mais plausível é a seguinte, citada por vários autores : no século XIII, em Castela e Leão, a perseguição religiosa aos judeus foi particularmente violenta. A tal ponto, que o Fernando III, senhor daqueles reinos ibéricos, decidiu tornar uma das suas vilas -a localidade de Villa Diego- um lugar onde os hebreus pudessem gozar de alguns privilégios, nomeadamente o de viver em paz, livres de persecuções. Assim, quando a sua situação se tornava insustentável noutros lugares de Espanha, os judeus fugiam para aquele lugar (cujo nome nós aportuguesámos para Vila Diogo), para se colocarem a salvo da ira religiosa (mas não só) dos cristãos.
Morreu ontem, em Paris, a cançonetista France Gall. Vi-a, num espectáculo ao vivo em 1965 -ano em que, representando o Luxemburgo, ela ganhou o Festival da Eurovisão- e não fiquei fã. Já que o estilo de «Poupée de Cire, Poupée de Son» nada me dizia... Acho que o seu reportório melhorou muito, depois do seu encontro com Michel Berger, com quem viria a casar... Mas France foi uma voz da minha juventude (tal como Johnny Halliday, recentemente falecido), que me faz recordar tempos distantes e mais felizes; pois sem os inconvenientes da doença mais chata e deprimente do mundo : a velhice. Adeus boneca, adeus menina, adeus mulher...
Esta magnífica galera de três mastros pertenceu à companhia londrina R.& H. Green's Blackwall Line e hasteou (obviamente) bandeira da marinha mercante britânica. Usou, sucessivamente, os nomes de «Melbourne» e de «Macquarie»(*). Com casco de aço e capaz de receber uns 1 975 tonéis de carga útil, este navio esteve em actividade no período de transição do século XX para a centúria seguinte. Especializou-se no comércio com a Austrália, transportando produtos europeus (essencialmente carvão) para os portos da Oceania e de lá trazendo lã. Essas viagens transoceânicas -que duraram até 1904- efectuavam-se em cerca de 100 dias.
Segundo um mito urbano, que se desenvolveu em Paris -já depois de Edith Piaf ter ganho a celebridade- esta figura ímpar da canção francesa terá nascido em plena rua no gélido mês de Dezembro de 1915. Numa placa de pedra -aposta na fachada do prédio ostentando o número 72, da rua de Belleville- ainda hoje se pode ler o seguinte : «Nos degraus desta casa nasceu em 19 de Dezembro de 1915, na maior indigência, Edith Piaf, cuja voz deveria, mais tarde, comover o mundo». Na realidade e segundo investigações feitas por alguns dos seus biógrafos, Edith Giovanna Gassion (seu verdadeiro nome) nasceu na maternidade do Hospital Tenon, na capital francesa.
Quem visita este blogue deve estar recordado de, aqui há uns tempos atrás, termos chamado nomes feios a alguns tipos do governo; por estes terem ousado incluir a 'pizza' na lista da chamada comida de plástico. Isso, com o intuito de a taxar como algo de nocivo para a saúde dos portugueses. Entretanto decorreram alguns meses e a UNESCO classificou (no dia em que reconheceu o valor universal dos Bonecos de Estremoz) esse emblemático prato da cozinha italiana (mais precisamente a 'pizza' napolitana) como Património da Humanidade. -E agora, meus meninos, vão chamar parvinhos aos funcionários da ONU ? -Ou reconhecer que aquele manjar popular nada tem a ver com as imitações que por aí proliferam ?
Ontem, no Estádio da Luz, o Benfica recebeu o Sporting e 'deu-lhe um verdadeiro banho de bola', como sói dizer-se. Mas não logrou vencer o desafio... Por manifesta falta de sorte e também devido à cegueira (que esperamos seja transitória) da equipa de arbitragem; que não viu as inúmeras jogadas com a mão na bola (em plena grande área) da defesa leonina. Ainda assim, nada está decidido quanto ao resultado final do campeonato, que continua em aberto. Vamos esperar para ver...
