segunda-feira, 8 de janeiro de 2018
UM TEATRO NOS CONFINS DA CIVILIZAÇÃO
Este é o grande e sumptuoso Teatro Amazonas, erigido em Manaus, em plena selva brasileira. Foi construído, ao que se diz, com o dinheiro proporcionado pelos lucros dos seringueiros, num tempo em que a Amazónia produzia grande parte da borracha mundial. Nesses tempos faustosos(*), ali, naquele magnífico teatro, se produziram os grandes cantores líricos do tempo; que, para chegarem a Manaus, sulcavam -durante quase 2 000 quilómetros- a mais longa via fluvial do mundo.
(*) Tempos faustosos para os grandes proprietários de seringais e para os grandes negociantes/exportadores de Manaus, entenda-se. Porque para aqueles que mourejavam nas plantações de héveas era a miséria mais confrangedora. Ferreira de Castro descreve em «A Selva», a sua obra-prima, o quotidiano miserável dos extractores de látex, cuja condição não era melhor do que a dos antigos escravos de origem africana.
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