segunda-feira, 22 de abril de 2013
TESOUROS NUMA ILHA ESCONDIDOS...
Estas quatro garrafas de generoso vinho da Madeira são representativas de um dos mais autênticos e preciosos tesouros da chamada 'Pérola do Atlântico'. Descoberta em 1419 pelos navegadores portugueses João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, a Madeira já produzia vinhos excelentes em 1445, quando o veneziano Cadamosto (marinheiro ao serviço do infante D. Henrique) por lá passou e achou que o Malvasia local (feito com uvas das cepas importadas de Creta) era «muito bom». Também o escritor açoriano Gaspar Frutuso se referiu -no seu livro «Saudades da Terra», escrito em finais do século XVI- aos néctares da Madeira, dizendo do mesmo Malvasia que o dito era «o melhor que se acha no universo e se leva para a Índia e outras partes do mundo». As regiões de produção dos vinhoa da Madeira abrangem, actualmente, 1 850 hectares, sem contar os 50 hectares utilizados para o mesmo fim em Porto Santo, a outra ilha do arquipélago, que se especializou, sobretudo, na produção de uvas de mesa e de mostos concentrados. Além do Malvasia (doce), Boal (meio doce), Verdelho (meio seco) e Sercial (seco), há nessas ilhas atlânticas vinhos provenientes da fermentação de outras castas, como, por exemplo, Terrantez, Tinta da Madeira, Carão de Moça, Moscatel de Málaga, Rio Grande, Valveirinha, Listrão, etc, cujo cultivo é devidamente autorizado pelo I.V.M. (Instituto do Vinho da Madeira); organismo que controla a qualidade e a quantidade dos vinhos produzidos. Os continentais (certamente por falta de informação) negligenciam estes vinhos de grande qualidade e com prestígio universal. O que é uma pena, porque quem beneficia com isso são os estrangeiros que visitam a ilha ou que por lá se estabeleceram. Chamem-lhes parvos...
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