O automóvel e o avião (ambos nascidos da invenção dos motores de explosão) deram o sinal de partida a uma era de avanços tecnológicos sem precedentes. E extraordinários para o progresso da civilização, nomeadamente dos transportes terrestres, aéreos e marítimos. Transportes que até então dependiam de fenómenos naturais (como o vento) e da utilização da força braçal e da proporcionada pelos animais de tiro. O século XX foi, desde o seu início, o tempo das invenções que permitiram à Humanidade, com o seu engenho, proporcionar conforto aos trabalhadores; que passaram a ser ajudados por máquinas em tarefas que lhes consumiam grande energia. Foi também, infelizmente, o século das guerras mais mortíferas da História. Conflitos esses em que as admiráveis criações do homem concorreram para provocar mortandades nunca antes vistas. E, se não mudarmos de paradigma(*), elas irão -num futuro muito próximo- engendrar conflitos, ligados à inactividade forçada de muitas centenas de milhões de seres humanos. O perigo está aí : no desemprego e na desesperança que dele decorre. Situação que não será eternamente aceite pelas massas. Porque ao homem foi dada a faculdade de raciocinar, que é irmã gémea do inconformismo.
Nos dias que correm, metade de todas as riquezas terrenas pertencem a um punhado de pessoas. O que, para além de ser um absurdo, vai conduzir, infalivelmente, mais cedo ou mais tarde, a massa dos indigentes a reclamar o direito (que indubitavelmente lhe cabe) ao pão... e à manteiga. E quem não vê isto é porque é cegueta ou inconsciente.
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