Como qualquer outra nação do planeta (com História), o nosso Portugal é uma terra e um povo que transmitem e recebem heranças. Poderíamos referir-nos à herança latina (legada pelos Romanos), à herança celta, à herança árabe, etc. Mas aquela que eu aqui quero sucintamente referir (e que nós, injustamente, teimamos em esquecer) é a que nos veio da África negra. -Sabiam, por exemplo, que a presença de africanos em Portugal, está referenciada e documentada desde o século XIII e que teve a sua maior relevância na época dos Descobrimentos ? Pois é verdade. Durante um longo período da nossa História, os contactos com essa gente vinda de longe foi ensombrada por uma relação desumana entre senhores e escravos. E nós, portugueses brancos, há que reconhecê-lo, não nos comportámos como cristãos, como gente que viu no outro um irmão. Mas essa foi, infelizmente, uma atitude assumida pela totalidade das nações europeias, nos olhos de cujas populações luzia -em relação ao africano negro- a chama da ambição, proporcionada pela compra e venda de seres humanos. Esse longo e vergonhoso período (que durou séculos) é coisa do passado, que, a mim, causa alguma moléstia; mas que não tenho pejo em evocar. Consola-me, todavia, o facto dos africanos -de antiga ou mais recente presença no nosso país- beneficiarem, hoje, dos mesmos direitos que a restante população; independentemente da cor da sua pele e do seu credo. Embora tenhamos de reconhecer, que muitos deles ainda são descriminados socialmente e alvo de inaceitável xenofobia. Vem todo este palavreado a propósito de um livro editado pelos CTT (já há algum tempo), da autoria de Isabel Castro Henrique e que se intitula «A Herança Africana em Portugal». No qual se evoca a vivência das comunidades negras e se referem as «marcas indeléveis (que elas deixaram) nas mais variadas expressões do modo de ser, de pensar e de agir dos portugueses». É um livro deveras interessante e que eu aproveito para recomendar a todos aqueles que, regularmente ou não, 'passam' por este blogue. Esta obra pode ser comprada (ou encomendada) em qualquer posto dos Correios. Vem acompanhada por 6 selos -com o valor facial de 7,34 euros- e por um bloco numerado da emissão subordinada ao mesmo tema.
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