sábado, 30 de abril de 2016
UMA SOBREVIVENTE DE TRAFALGAR
Hoje, as mulheres conquistaram o direito de se alistar na marinha de guerra e de assumir funções e responsabilidades (inclusivamente de comando) a bordo das suas unidades. Mas, durante muito tempo, uma mulher a bordo de um navio era 'coisa' proibida e vista pela guarnição do dito como um elemento perturbador e sinal de azares futuros. A partir de finais do século XVIII (na armada francesa e noutras marinhas militares europeias) as coisas começaram a mudar pouco a pouco, tolerando-se aos oficiais (sobretudo em tempo de paz) que recebessem as esposas a bordo. Esta gravura (de autor que eu desconheço) ilustra um episódio ao que parece verídico, que terá ocorrido a 21 de Outubro de 1805, durante a renhida batalha naval de Trafalgar. Nela vemos uma mulher a ser salva por marinheiros ingleses da guarnição do HMS «Revenge», após a explosão e o soçobro do «Achille», um vaso de guerra francês armado com 74 canhões. Em vésperas desse histórico confronto, e segundo informações da senhora, as mulheres que se encontravam a bordo daquele navio napoleónico foram intimadas a desembarcar. Ela desobedeceu às ordens e disfarçou-se de marinheiro para poder ficar junto do marido; que pereceu em combate contra a formidável frota de Horácio Nelson... Ela sobreviveu, graças à solidariedade da marinhagem inglesa, que, ulteriormente, a desembarcou em porto seguro.
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