«RIO SEM REGRESSO» («River of no Return») foi realizado, em 1954, por Otto Preminger para a companhia 20th. Century Fox. Foi a única incursão deste cineasta no género western; que, sem o apreciar, ele pensava ser, no entanto, aquele que melhor se adaptaria à sua primeira experiência no domínio do ecrã largo. Do cinemascope, então uma novidade técnica prometedora. Esta película distingue-se pela sua qualidade plástica, favorizada pelas belíssimas paisagens das Montanhas Rochosas do Canadá, onde «RIO SEM REGRESSO» foi rodado em exteriores. A história contada nada tem de extraordinário : um homem, viúvo, (Robert Mitchum) é obrigado a abandonar o seu filho menor (Tommy Retting) para cumprir uma pena de prisão por assassínio; tendo o jovem passado o tempo de detenção do pai num lugar de garimpo, sob a protecção de uma moça (Marylin Monroe), que ganha a vida cantando num dos improvisados cabarés onde os candidatos a milionário bebem e se divertem, no fim de um dia de dura labuta. Com o regresso do progenitor, o miúdo parte para uma região inóspita, que o pai vai tentar desbravar, para ali viverem da agricultura. Mas a experiência passa-se mal, devido à presença de uma belicosa tribo pele-vermelha e à intromissão, nas suas vidas, de um aventureiro (Rory Calhoun), que lhes rouba o cavalo, ao mesmo tempo que ali abandona Kay, a tal cançonetista do acampamento de mineiros. Forçados a abandonar precipitadamente o lugar, devido à eminência de um ataque dos índios, o improvável trio lança-se -com uma jangada- na descida de um caudaloso rio, sem esperanças de retorno. Ela, animada pela ideia de voltar a ver o antigo amante e ele para ajustar contas com o mesmo homem, que colocou em perigo a sua vida e a do filho. O confronto, que será sangrento, terá um inesperado desfecho... Esta fita vale também pelo charme de Marylin -mais bela do que nunca- e pelas três canções com que ela brindou o público : «River of no Return», «One Silver Dollar» e «Down in the Meadow». Disse-se (e escreveu-se) que, durante as filmagens de «RIO SEM REGRESSO», as relações de trabalho entre Preminger e a loiríssima Marylin Monroe foram tensas e pontuadas por incidentes desagradáveis. A tal ponto, que Preminger chegou a afirmar, posteriormente, aos jornalistas, que «trabalhar com Marylin é como dirigir Lassie; só se obtém um resultado aceitável, depois de feitas catorze tentativas». Propósitos duros e, quanto a mim, mais do que injustos. Já há cópias desta película, editadas sobre suportes DVD e 'Blu-ray', à disposição dos cinéfilos e do público em geral.
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