O Rubicão era (*) um pequeno rio costeiro do norte da península Itálica, que -no tempo do Império Romano- delimitava o território da Gália Cisalpina daquele directamente administrado pela cidade de Roma. Segundo as leis do tempo, a sua travessia estava expressamente proibida aos generais e aos seus exércitos, sem autorização do Senado; que temia que a livre circulação das legiões pelo coração do Império constituísse um factor destabilizador. Mas, em Julho do ano 49 a. C., Júlio César -que perseguia Pompeu, um dos seus rivais políticos- tomou a inesperada decisão de franquear o rio interdito com a XIIIª Legião. E, ao fazê-lo, infringindo provocatoriamente a lei e sabendo que tal atitude lhe poderia acarretar graves dissabores, terá pronunciado (segundo Suetónio) a frase : 'Alea Jacta Est'; que significa, hoje e traduzido para linguagem corrente, «os dados estão lançados». Deste episódio nasceu também a expressão «passar o Rubicão», que quer dizer tomar uma decisão arriscada e sem retorno possível.
(*) O Rubicão era um pequeno rio, com cerca de 30 km de comprimento, que desaguava no mar Adriático, entre as actuais cidades de Rimini e Cesena. Com a passagem dos séculos e a modificação do seu curso, ninguém sabe muito bem onde situá-lo. Em 1933, querendo colocar um ponto final numa irritante querela pública sobre o assunto, Benito Mussolini decidiu que o Rubicão não era outro senão um rio até então chamado Fiumicino. Mas, ainda hoje, há quem garanta que o Rubicão da Antiguidade romana é um outro curso de água regional, conhecido pelo nome de Pisciatello.
Eu cá, por mim, não me atreveria a atravessar o Rubicão para defender uma ou outra destas teses.
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