quinta-feira, 30 de abril de 2015

O SONHO AMERICANO

Expoente máximo do luxo em matéria de automóveis, este Pontiac descapotável (modelo de 1952) era a ilustração do 'american way of life'. Infelizmente, o sonho transformou-se em pesadelo e, hoje, as outrora cidades ajardinadas e tranquilas da América do norte (Baltimore, Filadélfia, Boston, Detroit, etc) estão degradadas e parcialmente transformadas em 'ghettos'. Em zonas violentas, onde, neste momento, se trava uma guerra aberta entre comunidades rivais e onde interferem, com brutalidade, as forças policiais. A crise também chegou aos 'states', infelizmente, e o sonho parou. Espero que momentaneamente. Para bem das pessoas que ali escolheram eleger domicílio e viver. Porque elas (como aliás todos nós) têm direito à felicidade, objectivo final e desejado da existência.

A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS

Ofício de trevas
Poema XXIV

É preciso que tragam a bandeira
É preciso que alguém vá até ao fim da noite
e desenterre a bandeira
Se já não tiver mãos
que rasgue a terra com os dentes
mas que traga a bandeira
Se já não tiver dentes
que afunde os olhos nessa terra
e lhe arranque a bandeira
que nela está sepulta
É preciso que os tambores anunciem a chegada da bandeira
Se não houver tambores
que os mortos se alevantem
e façam rufar seus ossos
em sol altíssimo à chegada da bandeira
Iluminem Iluminem Iluminem o caminho da bandeira
Se as nuvens de baionetas forem trevas no caminho da bandeira
que incendeiem a noite com as pedras da rua
mas que haja luz à passagem da bandeira
para que os olhos vazados vejam a bandeira
para que as bocas rasgadas cantem a bandeira
para que os ferros caiam à passagem da bandeira
 
Carlos Maria Araújo (1921-1962), poeta português exilado pelo salazarismo. Pouco conhecido (infelizmente) na sua terra, mas muito apreciado no Brasil. Morreu num acidente de avião ocorrido sobre a baía de Guanabara no dia 20 de Agosto, quando viajava do Rio de Janeiro para Inglaterra.


 

«CARAVELAS»



Caravelas doiradas a bailar...
Ai, quem me dera as que eu deitei ao Mar !
As que eu lancei à vida, e não voltaram !...

Florbela Espanca (1894 - 1930), in «Livro de Soror Saudade».

TIRANO LOUCO

..... Faz hoje 70 anos que o principal responsável pela eclosão da 2ª Guerra Mundial e pelo seu rosário de dramas se suicidou, miseravelmente, no seu 'bunker' de Berlim. O monstro imundo que quis 'engolir' a Europa terá sido, depois da morte e por pedido prévio, regado com gasolina e reduzido a carvão. Isto aconteceu numa Berlim irreconhecível, completamente arrasada pelas bombas da aviação dos Aliados e já com o Exército Vermelho dentro dos seus muros. Assim acabam os tiranos e os loucos. E Hitler reuniu (sem dúvida) na sua pessoa um pouco dos dois...

BELOS CARTAZES PUBLICITÁRIOS DE OUTRORA

Estes cartazes -todos eles de origem portuguesa- datam de há muitas décadas e demonstram quão importante era já, no Portugal desse tempo, a actividade ligada à promoção comercial. O primeiro,  faz 'reclame' a uma marca de vinho do Porto, curiosamente sem lhe realçar as qualidades; o segundo, foi editado pelo Ministério da Economia de Salazar e incita as populações a criar coelhos. Cuja «carne alimenta» e as peles agasalham; o terceiro, é um cartaz da C.P., que convida (em francês) os turistas a visitar Portugal nos seus comboios; o quarto e último, assegura a promoção do filme «As Pupilas do Senhor Reitor», que Perdigão Queiroga realizou em 1960. Bonitos e a fazer lembrar tempos que já lá vão.

CLASSE 'LORD NELSON'

Este navio é um couraçado pré-dreadnought, pertencente à classe 'Lorde Nelson'. Repare-se na sua artilharia principal (4 canhões de 305 mm e 10 outros de 234 mm) posicionada à volta das superestruturas do navio. Construídas nos primeiros anos do século XX, as unidades desta classe (HMS «Lord Nelson» e HMS «Agamnon») dispunham, então, de um poder de fogo impressionante e considerado arrasador. Mas quando eclodiu a Grande Guerra (em 1914) já eram obsoletas. Os dois navios referidos deslocavam cerca de 18 000 toneladas e sobreviveram ao supracitado conflito. Foram, ambos, desmantelados nos anos 20 do passado século.

VAI UM MOJITO ?...

Com a chegada do Verão, é bom saborear um mojito. Que, com a internacionalização dos costumes (devido às viagens turísticas, sem dúvida), é coisa que, por cá, se tornou uma banalidade.  É muito simples de preparar : basta uma porção de rum branco, 1/2 copo de água gaseificada, 1 colher (de sopa) de açúcar, gelo picado, sumo de 1/2 limão e folhas (frescas) de hortelã. Misture bem e beba. Com moderação, naturalmente.

BONITO PAINEL

Este decorativo painel de azulejos faz parte do espólio da estação de caminhos-de-ferro de Ovar. Muito deste património está em perigo de desaparecer, pelo facto da C.P. ter fechado muitas das suas estações e das ditas se encontrarem, assim, expostas aos actos repreensíveis dos vândalos e da ladroagem. Que pena...

DEPOIS DA TEMPESTADE, ENFIM, A PAZ...

Após uma guerra longa e crua -imposta pelos colonialistas franceses e pelos imperialistas ianques- o Vietnam está, enfim, unificado e em paz. Foi, com efeito, no dia 30 de Abril de 1975, que as tropas e os grupos de resistência vietnamitas levaram de vencida os últimos redutos inimigos, conquistaram Saigão e impuseram ao general Duong Van Minh uma rendição sem condições. Isto, num tempo em que o grosso das tropas norte-americanas, consciente da derrota que se avizinhava a passos largos, já havia abandonado o país. Faz hoje 40 anos da vitória do Vietnam contra os invasores estrangeiros -triunfo que eu saúdo- e sobre a arrogância das grandes potências, que se convenceram de que tudo se pode impor pela força brutal aos povos pretensamente mais fracos. Mas que, afinal e por vezes, se agigantam diante das dificuldades impostas e infligem aos seus adversários derrotas que a História já consagrou...

terça-feira, 28 de abril de 2015

LISBOA : RUA NOVA DOS MERCADORES

Disse a historiadora e investigadora norte-americana Annemarie Jordan, que a Rua Nova dos Mercadores foi -na Lisboa do Século XVI- o equivalente à reputada 5ª Avenida, de Nova Iorque. Referenciada desde o século XIII, essa artéria comercial da capital portuguesa (destruída pelo terrível cataclismo que, em 1755, avassalou a cidade) estendia-se desde o actual cruzamento da rua do Ouro com a rua de São Julião, até à esquina da rua do Comércio com a rua dos Fanqueiros. Ali, nas proximidades do Terreiro do Paço dos nossos dias, era, então, possível comprar todos os produtos trazidos, para a Europa, pelas naus das Descobertas : ourivesaria oriental e pérolas, especiarias das Índias, porcelanas e sedas da China, escravos africanos, aves raras do Brasil, plantas exóticas, animais estranhos (até então nunca vistos no Velho Mundo) oriundos de terras distantes, etc, etc. A gravura que aqui submetemos à vossa curiosidade é da autoria do saudoso artista Roque Gameiro, que se terá inspirado num desenho existente no Livro de Horas d'el-rei D. Manuel I.

DISSE CONFÚCIO...

«É melhor acender uma vela pequenina, do que maldizer a escuridão».

Confúcio (551 a. C - 479 a. C.), pensador e filósofo chinês.

O BEIJO

Sabiam que «O Beijo» -famosa escultura de Rodin- esteve nos Estados Unidos em 1893 para fazer parte de uma exposição de arte a realizar em Chicago ? -E que a dita obra de arte (ou melhor, uma cópia em bronze do original) nunca chegou a ser exibida publicamente, por ali ter sido considerada excessivamente lasciva e provocatória ? -Pois é verdade. O que não deixa de ser surpreendente no país onde seria inventado -pela indústria do cinema- o chamado 'beijo à cinéfilo'. O tal (lembram-se ?) que provocava a censura e os cortes do padre Adelfio em «Cinema Paradiso»...

COMO A RÃ DA FÁBULA

........ Na década de 60 (do passado século, está bem de ver !), este 'combiné' rádio + gira-discos era o sonho das famílias citadinas portuguesas com rendimentos fixos e razoáveis para os padrões dessa época; embora a aquisição de discos ainda fosse uma operação onerosa para a bolsa da maioria da nossa população. Era um tempo de 'vacas magras', muito parecido com os tempos de regressão económica e social dos nossos dias. Tempos de perda de poder de compra, devido aos cortes salariais e nas pensões de reforma, de compressão de direitos sociais e de desencorajamento generalizado. Hoje, muitas famílias afectadas pela crise (que banqueiros e políticos provocaram a nível global) já não poderiam, se quisessem, comprar uma coisa destas. Porque perderam os empregos e perderam as casas, estando agora a morar -com as respectivas famílias- no domicílio dos pais. Que tempos miseráveis estes, que estamos a viver. Quem imaginou que o século XXI seria isto ?... No entanto, as riquezas geradas pelo saber e pelo trabalho dos homens nunca foram tão fenomenais. O problema é que o punhado de ricos que as controla, cada vez as partilha menos com os outros. E incha, incha (esse punhado de milionários), tal como a rã da fábula. Incha tanto, até que um dia acabará por rebentar !

VÊM AÍ AS ELEIÇÕES E AS PROMESSAS JÁ CHOVEM

O PSD não acredita na bondade do plano macroeconómico do PS e pede António Costa, líder e candidato deste partido, para o submeter à avaliação do Conselho das Finanças Públicas e da Unidade Técnica de Apoio Orçamental do Parlamento. Muito bem ! Eu só lamento é que, aquando das últimas eleições legislativas e face às promessas feitas aos Portugueses -que se revelaram, todas elas, falaciosas- Passos Coelho  não tenha sido confrontado (voluntariamente, porque não ?) com um detector de mentiras.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (37)

Penso não estar enganado ao afirmar que esta foto de Ben Johnson (excelente actor fordiano) foi divulgada em 1949 para promover -na imprensa- a película «OS DOMINADORES» («She Wore a Yellow Ribbon»). Realizado pelo mestre incontestado do cinema western, este filme pertence ao chamado 'Ciclo da Cavalaria' e é, pelo menos para mim, o melhor de todos eles. Colorido, contrariamente aos outros dois («Forte Apache» e «Rio Grande»), que foram filmados a preto e branco, «OS DOMINADORES» continua a relatar a saga de um oficial de cavalaria (encarnado por John Wayne), que serve num forte do exército federal implantado em território pele-vermelha, durante a pacificação do Sudoeste. Mas, voltando a Ben Johnson, convém dizer que o dito actor nunca foi uma vedeta, um artista de primeiro plano. Johnson era antes um daqueles brilhantes actores secundários, cuja presença e profissionalismo também concorreram para que o cinema americano do século XX se impusesse como o melhor do mundo. Ben Johnson, cuja filmografia contava mais de 100 películas (sobretudo westerns), faleceu em Mesa, no Arizona, no dia 8 de Abril de 1996. Tinha então 76 anos de idade.

DEVER DE MEMÓRIA

................ A perseguição, deportação e subsequente extermínio do povo judeu pelos nazis, foi, porventura, o mais cruento de todos os capítulos da História do século XX. Essa tragédia sem precedentes,  desenrolou-se  na Europa dos anos 30 e acentuou-se durante a 2ª Guerra Mundial; que por cá durou de Setembro de 1939 até Maio de 1945. Os judeus do nosso continente foram perseguidos muitas vezes com a criminosa cumplicidade das autoridades administrativo-policiais dos seus países de origem, que muito facilitaram a tarefa de Hitler e dos seus cúmplices. O que é imperdoável, apesar desses países já estarem ocupados pela 'lepra verde'. Esta imagem (colorida artificialmente) mostra um dos muitos comboios que afluíam de todos os países ocupados para os campos de concentração hitlerianos, situados no coração do continente; onde a mais horrorosa máquina de matar exterminou uns 6 milhões (*) de seres humanos, só pelo facto de eles pertencerem a uma comunidade religiosa minoritária e odiada pelo monstro que o povo alemão elegeu democraticamente em 1933. Aqui fica, pois, a lembrança desse moderno massacre dos inocentes e cumprido o meu dever de memória. Dever de memória que deveria ser o de toda a Humanidade.

(*) É evidente que aqui, neste texto, só me refiro às vítimas judaicas do infame regime nazi. Mas não esqueço, obviamente, os milhões de outros seres humanos dizimados por Hitler na mesma altura e nas mesmas horríveis condições.

FARTOS DE GUERRAS...

O senhor Anders Fogh Rasmussen, chefe da NATO (ou caixeiro viajante dos 'trusts' armamentistas ?), veio a Portugal para pedir o aumento substancial do orçamento da defesa; para 2% do PIB. Isto, quando neste país a pobreza cresce a olhos vistos e falta 'massa' para apoiar a saúde, a educação, etc. Que as pessoas de bom senso acham ser campos prioritários onde investir os dinheiros públicos. E evoca o chefe da NATO, para se justificar, o 'perigo russo' (como nos velhos tempos da Guerra Fria) e o esforço crescendo da sua anacrónica organização em países como o Afeganistão, o Iraque e a Síria. Enfim, naqueles países onde os Estados Unidos andaram a brincar aos aprendizes de feiticeiro e agora não sabem como sair desses vespeiros. Que têm devorado vidas (sobretudo de civis inocentes) e provocado destruições sem nome. Eu acho que nós, Portugueses, não temos nada a ver com isso e convidamos os 'states' a resolver os seus próprios problemas. Sozinhos. A guerra é, para além de uma indignidade, coisa de gente rica e irresponsável. E nós necessitamos é de líderes que se sentem à mesa das negociações para discutir a PAZ. Isso é que é primordial para o bem estar dos povos. Tudo o resto é conversa de chacha e pretexto para encher os bolsos aos mercadores de canhões. Basta !

A TANZANITE

A tanzanite é uma magnífica pedra de joalharia, geralmente de um azul profundo, que apenas existe na Tanzânia; daí o seu nome comercial. A primeira destas gemas só foi descoberta em 1967 por (ao que se diz) um goês de nome Manuel de Sousa. Foi a reputada casa Tiffany & Cº, de Nova Iorque, que assegurou a promoção da tanzanite e que a vendeu -com grande sucesso- nos Estados Unidos. Esta pedra é 10 000 vezes mais rara do que o diamante, embora o seu valor no mercado das pedras preciosas e afins não atinja (nem por sombras) o valor do brilhante atrás referido; o diamante, que continua a ser o rei dos joalheiros e a pedra preferida das senhoras... com maridos/e ou amantes milionários. Mas, ainda assim, certas destas pedras (tanzanites) podem atingir preços elevados, susceptíveis de ultrapassar as dezenas de milhar de euros.

VEM AÍ O VERÃO...

Apesar do tempo se manter instável e continuarmos a levar com chuvadas rijas -que teriam sido muito mais úteis, se tivessem desabado mais cedo e com maior abundância- a verdade é que a temperatura aqueceu. E que já se prevê a benéfica chegada do estio. É, pois, tempo de abandonarmos aquelas refeições mais aconchegantes, para as substituirmos por repastos mais ligeiros, menos calóricos. Que tal uma boa salada para o almoço desta segunda-feira, que na minha região (e ao contrário do húmido dia de ontem) se apresenta ensolarada e risonha. Aqui deixo a sugestão, a ideia de uma 'Salada de Verão', que, tal como se vê na imagem anexada, é composta por quinoa (substituível por cuscuz), pimento, pepino (facultativo), cebola roxa, hortelã, abacate, azeite, sumo de limão e sal e pimenta quanto baste. Para acompanhar, aconselho um copo de vinho branco, fresquinho, da península de Setúbal. Bom apetite !!!

sábado, 25 de abril de 2015

QUANDO A NATUREZA SE ESMERA...

Quando a Natureza se esmera, o resultado pode ser este. Não há mais sublimes artistas do que as forças do universo...

LAPSUS LINGUAE

Disse aqui há tempos o actual presidente da República Portuguesa (que muita gente verá partir da cena política -nos próximos meses- com redobrada alegria) o seguinte : «Portugal é um país de oportunidades». Perante as dificuldades do nosso povo (dificuldades que ele ajudou a impor, protegendo, a todo o custo, as políticas extremistas de austeridade do governo), pergunto eu : não terá sido lapso do presidente ? -Não terá, na realidade, ele querido dizer : Portugal é uma terra de oportunistas ?

O GRANDE DUELO DE AMANHÃ

Um embate decisivo entre as equipas de futebol do Benfica e do F.C. Porto, vai ter lugar, amanhã, no estádio da Luz. E vai captar, evidentemente, a atenção de milhões de portugueses, adeptos dos clubes implicados no repto, mas também de muitas outras pessoas de neutralidade assumida. É possível que o resultado deste 'match' determine o futuro Campeão de Portugal. Embora isso não seja um dado adquirido e que também seja natural que o 'suspense' se mantenha até ao último segundo da derradeira partida do campeonato. Veremos ! O que está a suscitar a curiosidade dos adeptos do chamado 'desporto-rei' é saber como é que os portistas irão reagir na sequência da derrota histórica e algo vexante dos dragões em Munique. Que assumiu foros de sensacionalismo nos meios futebolísticos. Se tiverem guardado sequelas psicológicas desse desaire, o Benfica tirará benefícios da situação; tanto mais que jogará em casa. Senão, se tiverem recuperado mental e fisicamente do desafio perdido contra aquela máquina de jogar futebol que é o Bayern, vão criar dificuldades às papoilas saltitantes. E nesse caso, espertíssimo será aquele que pode avançar, com convicção, um prognóstico. Cá estaremos para ver. E eu com a confessada esperança de assistir a uma vitória do Benfica.

BARROS DE NISA

Quando eu era menino, na minha aldeia só se usavam potes destes. Potes de barro de Nisa (com artísticas decorações feitas com pedrinhas), que para além de serem bonitos, gozavam da reputação (que eu comprovo) de manter a água sempre bem fresquinha. Mesmo no Verão. Nesses já longínquos anos, a água que se bebia na minha aldeia era captada em fontanários, de onde a dita jorrava dia e noite. Era um líquido de qualidade, porque, nesse tempo, não existiam por lá (pela minha aldeia e por muitos quilómetros em redor) quaisquer fontes de poluição. Hoje a água (esse bem precioso, que nunca deveria, a meu ver, ter sido vendido a privados) pertence a um monopólio, que nem sempre pode ou quer proporcionar um líquido de qualidade esmerada. É por isso que lhe adiciona produtos químicos para a tornar bebível; que lhe dão, em certas alturas, um gosto, um cheiro e até uma cor tão desagradáveis. Isto, quando a água deveria manter-se -como me ensinaram os meus mestres do ensino primário- insípida, inodora e incolor. A isto chama-se a modernidade... Mas voltando aos potes de Nisa, quero dizer que continuam a ser fabricados nessa vila do Alto Alentejo. Mas por um número de artesãos muito diminuto. E que, agora -no tempo da água canalizada- já só servem de peças decorativas. Aliás bem bonitas. como sempre o foram.

25 DE ABRIL ONTEM, HOJE, SEMPRE

25 de Abril, sempre na nossa memória, sempre o motor das nossas esperanças.

PRESOS POLÍTICOS


Uma das consequências imediatas da revolução do 25 de Abril foi devolver à liberdade as muitas dezenas de presos políticos. Cuja detenção -durante os consulados de Salazar e de Marcelo Caetano- era justificada, às vezes, por um simples delito de opinião. A fotografia acima ilustra a saída da sinistra fortaleza-prisão de Peniche de alguns desses homens e mulheres -conhecidos do público ou anónimos- que ali deixaram anos das suas vidas e que ali foram torturados e rebaixados na sua dignidade pelos esbirros do regime.

UNIÃO M.F.A. - POVO

25 de Abril de 1974 : aos militares revoltosos juntou-se, imediata e espontaneamente, muito povo. Selando, nessa inesquecível jornada, a queda estrondosa de um regime odiado; que se nutria de guerra, da falta de liberdade e da pobreza franciscana que a ditadura impunha aos Portugueses...

HÁ 41 ANOS NA BAIXA LISBOETA : A LIBERDADE ESTAVA A CHEGAR


Esta fotografia tirada no dia 25 de Abril de 1974 no Terreiro do Paço, junco às arcadas dos ministérios, mostra o saudoso capitão Salgueiro Maia (mais dois dos seus companheiros de armas) saudado por um agente da P.S.P.. Dois detalhes curiosos : o oficial castelovidense olha de soslaio para o fotógrafo; a sua G3 está equipada com um visor óptico. (Amplie a foto com um clique do rato).

25 DE ABRIL SEMPRE E AINDA !



«LIBERDADE»

Viemos com o peso do passado e da semente
Esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se estanca na torrente
e a sede de uma espera só se estanca na torrente
Vivemos tantos anos a falar pela calada
Só se pode querer tudo quando não se teve nada
Só quer a vida cheia quem teve a vida parada
Só quer a vida cheia quem teve a vida parada
Só há liberdade a sério quando houver
A paz, o pão
habitação
saúde, educação
Só há liberdade a sério quando houver
Liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir.

Sérgio Godinho

quinta-feira, 23 de abril de 2015

A IMPARÁVEL FORÇA DA NATUREZA


Esta impressionante tromba de água abate-se sobre Grand Isle, situada a escassa distância das costas da Luisiana, no sul dos Estados Unidos. Quando a Natureza capricha em castigar os humanos (que tanto a maltratam), nada há a fazer para lhe barrar o caminho e conter a sua destrutiva violência...

FEIRA DO QUEIJO DE TOLOSA E PROVAS DE VINHOS

É já no próximo dia 2 de Maio, que se realizará em Tolosa (no concelho de Nisa) a tradicional Feira do Queijo. Que, este ano -na sua XVI edição- também compreenderá uma prova de vinhos. Curiosamente, oito dias antes deste evento -no festivo dia 25 de Abril- também se realizará na vizinha freguesia de Comenda (no concelho de Gavião) uma outra prova de néctares locais, produzidos por gente da terra. Meus amigos, ponham pés a caminho e preparai as papilas.

ARMA SECRETA

Em Abril de 1945, no seu avanço para Magdburg, as tropas norte-americanas do 1º Exército pararam em Tarthum; onde, numa antiga mina de sal gema, se depararam com isto : uma linha de montagem secreta de aviões de jacto Heinkel He-162. Estes caças, de moderna tecnologia, foram uma das armas com que o chanceler Adolf Hitler contou para reverter a situação a seu favor. De nada lhe valeu. Menos de um mês depois, a Alemanha nazi estava definitivamente derrotada e o seu chefe supremo transformado em carvão...

NAQUELE TEMPO VALIA TUDO...

Naquele tempo (primeiras décadas do século XX) valia tudo. Até socorrer-se das senhoras que davam mama aos seus bebés para vender umas boas imperiais. Sob o pretexto de que a cerveja era nutritiva, impingia-se a ideia de que mães e filhotes tinham tudo a ganhar, se as primeiras emborcassem umas boas canecas de cervejola no período delicado da amamentação. Francamente...

IMPRESSIONANTE CAPTURA

Este peixe -um peixe-rocha vermelho (de seu nome científico 'Sebastes borealis')- foi capturado por um cidadão norte-americano nos mares do Alasca, mais exactamente em Cross Sound. Pesava 18,50 kg e constitui, sem dúvida, um troféu excepcional, invejado por todos os pescadores desportivos.

CURIOSA EXPOSIÇÃO

Estará patente até ao último dia do mês em curso -no 'hall' da Biblioteca Municipal de Nisa- uma curiosa colecção de maquetas. Estas reproduzem alguns dos mais emblemáticos monumentos da vila e foram realizados apenas com fósforos, cola e muitíssima paciência. São da autoria do nisense Francisco Polido, que as 'fabrica' nas suas horas de lazer, que são muitas, visto encontrar-se em situação de reforma. Confesso que, aqui há dias, ao entrar na biblioteca e olhando de soslaio para as suas peças, me veio à memória a personagem de François Pignon, do filme «O Jantar de Palermas» («Dîner de Cons»), realizado em 1998 por Francis Veber. Só que, à saída, e olhando as peças mais demoradamente, com mais atenção, não pude impedir-me de admirar a habilidade do autor e a sua infinita paciência. Muitos parabéns, pois, ao supracitado artista por essas suas visíveis virtudes.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

PARA QUE SERVE O MEU VOTO ?

«Nós não somos senhores da nossa política. O que é que o meu voto vale ? -Eu voto e eles dizem-me que a política é decidida em Bruxelas ou pelo Bundesbank. O meu voto não vale nada».

Palavras de José Pacheco Pereira (historiador, cronista, comentador político, filiado no PSD) ao jornal «i».

Então que fazer para que o voto dos cidadãos seja tomado em consideração pelos 'democratas' que se sucedem nos governos e nas maiorias da Assembleia da República ? Por aqueles que nos encafuaram na Comunidade Europeia sem consulta prévia ?

Eu cá também não sei doutor. Mas, nem que seja só por embirração, continuo a dar o meu voto a outra gente, que não esteja comprometida com Bruxelas. E ainda menos com os fariseus da banca internacional...

O BRASIL ENTRA NA HISTÓRIA

Assinala-se, hoje, o 515º aniversário da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral; navegador ao serviço d'el rei D. Manuel I, que rumava para a Índia à testa de uma poderosa frota. Cujos navios terão sido, segundo a tradição, desviados para as costas orientais da América do sul por uma providencial tempestade. Mas há historiadores que dizem que não; que Cabral apenas se limitou a oficializar o achamento das terras de Vera Cruz, descobertas, dois anos antes, por outra expedição portuguesa sob o mando do famoso capitão e cosmógrafo Duarte Pacheco Pereira. Que, em 1498, no decorrer de uma viagem secreta, terá alcançado a foz do rio Amazonas e visitado a ilha de Marajó.