quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
IMAGEM ROMÂNTICA DE UMA PROFISSÃO DE ALTO RISCO
Ontem pereceram no mar, frente à idílica praia das Maçãs (no concelho de Sintra), mais 5 pescadores. Todos eles originários (à excepção de um imigrante ucraniano) da sacrificada vila das Caxinas. Este repetitivo drama, que tem dizimado a nossa classe piscatória, vem contrariar a imagem anexada; que mostra a romântica e pacífica figura de um antigo pescador barreiro (assim chamado por pescar no estuário e barra do Tejo). Isto não deve fazer esquecer factos e realidades da existência de gente, que, todos os dias, arrisca a vida para ganhar o pão que o diabo amassou. A condição dos pescadores -esses heróicos trabalhadores do mar- é hoje o que já era ontem : árdua, perigosa e, por vezes, mortal. Daí o respeito que devemos a todos aqueles que, quotidianamente, colocam nos nossos pratos o delicioso peixe das nossas costas. E dizer que nós achamos caro o preço que pagamos pela pescada e pela sardinha... E, na realidade, até temos alguma razão para nos indignarmos. Porque, como é sabido, a carestia do peixe na praça é feita por aqueles que não tomam o mínimo risco. Por intermediários que tiram, simplesmente, o pão da boca dos filhos dos pescadores, banqueteando-se com a parte do leão no negócio do pescado. Estar atento ao drama dos pescadores e às injustiças que lhes são feitas é, pois, o mínimo que devemos a esses esforçados e sacrificados trabalhadores.
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