sábado, 11 de outubro de 2014

GRANDES FIGURAS DA EXPANSÃO LUSA (1)

Quer se queira ou não, os Portugueses percorreram -por pura curiosidade intelectual ou em busca de riquezas- o Mundo inteiro. Quase sempre antes que os demais europeus lhes seguissem as pisadas. Os nossos antepassados palmilharam os 5 continentes habitados do planeta Terra e, quase sempre antes dos outros terráqueos, revelaram ao mundo a existência de povos de longínquas paragens e divulgaram o cunho civilizacional de gentes ignotas. Esse pioneirismo é um mérito do qual ninguém nos pode despojar. Até porque em todas essas paragens nós deixámos -para o bem e para o mal- testemunhos indeléveis da presença lusa. É pena que o nome e os feitos dos nossos maiores tenham sido gomados da memória dos nossos compatriotas de hoje. Sobretudo dos mais novos, aos quais a escola não conta (por desleixo ou por vergonha ?) a nossa História. E, no entanto, essa tarefa seria de grande utilidade. Nem que fosse para espicaçar a sua sã curiosidade e a sua autoestima. Nesta secção que hoje aqui inauguro, vou lembrar o nome de heróis esquecidos, que se erguendo de entre a gente comum, engrandeceram este país que é o nosso. Que tem 1 000 anos de História e que merece mais (muito mais !) do que aquilo a que o reduziram os medíocres dirigentes que temos tido. Essa gente miudinha, deslumbrada pelos jogos do dinheiro e do poder. Hoje falarei sucintamente (sem saudosismo, mas com legítimo orgulho) do alentejano D. Pedro de Mascarenhas (um português dos séculos XV e XVI, que foi militar, diplomata e administrador colonial), e que terminou a sua carreira, exercendo o alto cargo de 6º vice-rei da Índia Portuguesa. Natural da vila de Mértola, onde nasceu por volta de 1484, D. Pedro de Mascarenhas (que era filho do 1º Senhor de Lavre e Estepa) foi capitão de ginetes e passou toda a sua mocidade nas praças de Arzila e Safi, no norte de África. Onde, integrado nas Armadas do Estreito, combateu a pirataria berberesca. Em 1531 foi chamado à corte de D. João III, nomeado estribeiro-mor do rei e requerido para desempenhar várias missões de cariz diplomático. Algumas delas de grande importância, já que foi embaixador de Portugal em Bruxelas e em Roma, onde reinava então o Papa Paulo III. Em proveniência da 'Cidade Eterna' D. Pedro regressou a Portugal (em 1540) na companhia de São Francisco Xavier, o Apóstolo do Oriente. Depois de nova missão em África e de ter sido aio do príncipe, esta grande figura da nossa História foi escolhida (em 1554) para ir para Goa exercer as funções de vice-rei; distinto cargo que ele ocupou até à sua morte, ocorrida a 16 de Junho do ano seguinte, quando contava mais de 70 anos de idade.  A administração de D. Pedro de Mascarenhas, na Índia, caracterizou-se pela justiça e honestidade com que foi exercida.

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