terça-feira, 17 de setembro de 2013
QUE RAIO DE MUNDO É ESTE EM QUE VIVEMOS ?
Todos nós conhecemos os benefícios colossais proporcionados pelo futebol de alta competição. Sobretudo se esse espectáculo atlético for oferecido por clubes de prestígio planetário, como o são o Real Madrid ou o seu rival da capital catalã. Todos nós sabemos que a idolatria dos fãs das grandes vedetas -Cristiano Ronaldo e Leonel Messi, entre outras- suscita negócios (como o da venda de camisolas com os nomes dos craques), cuja dimensão ultrapassa completamente o nosso entendimento. Tudo isso é verdade e é, pois, justo que os jogadores responsáveis por tal paixão, que rende rios de dinheiro aos seus clubes, também recebam alguns dos benefícios que decorrem dessa situação. Mas (há sempre um mas), creio que com a recente transferência de Gareth Bale -ex-jogador do Tottenham- (que se fez por 100 milhões de euros), e com o aumento de ordenado do seu companheiro de equipa -o português Ronaldo- de 13 para 21 milhões de euros anuais, se ultrapassaram todas as fronteiras da decência, se frisou a loucura. Ninguém merece (como CR7) ganhar numa hora o equivalente a 4 salários mínimos nacionais. Sobretudo num tempo de crise como aquela que grassa e que leva -tanto por cá como em Espanha- milhões de pessoas ao desespero. Gente que não sabe, é certo, chutar uma bola de maneira tão potente e tão certeira quanto o galês ou o madeirense, mas gente que transpira e sofre para produzir bens de consumo aos quais ela própria não pode aceder; pelo facto daquilo que recebe, no final do mês, só lhe permitir sobreviver nesta selva de injustiças em que o mundo se transformou. Isto dito, quero deixar aqui bem claro que nem os citados Bale, Ronaldo, Messi e quejandos são culpados desta imoralidade. A verdade é que lhes põem o dinheiro no bolso e eles aceitam, é claro. Como faria qualquer ser humano. Culpado, afinal, é o sistema político vigente que gera situações imorais de desigualdade como as descritas. Se é este o tipo de sociedade (ultracapitalista) que se quer impor globalmente, atropelando todas as barreiras do bom-senso e da dignidade humana, então vou ali e já venho. Mas venho para ajudar, se necessário for, a construir um mundo mais justo. Esta é a minha opinião e, bem entendido (com o seu quinhão de utopia), vale o que vale.
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