Lisboa, fins do século XIX - um grupo de aguadeiros galegos enchendo os seus barris num chafariz da cidade. Dito humorístico de um desses emigrantes : «Nós fizemos fortuna a vender aos lisboetas a água... que era deles». Passe a ironia, mas a verdade é que esse trabalho era duro, porque obrigava os nossos vizinhos do noroeste peninsular a madrugar e a transportar (às costas) barris pesados até aos mais distantes e inacessíveis locais da nossa capital. Afinal, o dinheiro que eles cobravam aos lisboetas era merecido. E ficava, quase todo por cá, já que era investido em comércios (tabernas, casas de pasto, carvoarias, etc), que exigiam um menor esforço físico e que se revelaram muito mais rendosos do que o negócio da água; que acabaria por perder expressão com a canalização e instalação a domicílio desse precioso líquido...
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