quinta-feira, 15 de setembro de 2011
OS FILMES DA MINHA VIDA (71)
«WILL PENNY»
FICHA TÉCNICA
Título original : «Will Penny»
Origem : E. U. A.
Género : Western
Realização : Tom Gries
Ano de estreia : 1967
Guião : Tom Gries
Fotografia (c) : Lucien Ballard
Música : David Raksin
Montagem : Warren Low
Produção : Fred Engel e Walter Seltzer
Distribuição : Paramount Pictures
Duração : 109 minutos
FICHA ARTÍSTICA
Charlton Heston ……………………………………….. Will Penny
Joan Hackett …………………………………………….. Catherine Allen
Donald Pleasance ……………………………………….. o velho Quint
Lee Majors ………………………………………………….. Blue
Bruce Dern ………………………………………………….. Rafe Quint
Bem Johnson ……………………………………………….. Alex
Slim Pickens …………………………………………………. Ike Walerstein
Clifton James ………………………………………………. Catron
Anthony Zerbe ……………………………………………. Dutchy
Roy Jenson …………………………………………………… Boetius Sullivan
SINOPSE
Outono de 1880, no território de Montana. Depois de terem terminado o contrato de trabalho que os ligava ao ganadeiro Howard, os vaqueiros Will Penny, Blue e Dutchy vão tentar encontrar um rancheiro da região que os possa empregar durante a próxima invernia.
Certa manhã, quando acampam na margem de um rio, os três amigos entram em conflito com o clã do alucinado pregador Quint, por causa de uma peça de caça a cuja posse ambas as partes se julgam com direito.
Da refrega, que sucedeu aos insultos, Dutchy sai seriamente ferido com um balázio no ventre, enquanto um dos filhos do velho Quint é despachado para o outro mundo graças a um tiro certeiro desfechado pela carabina Winchester de Will Penny.
O velho cowboy (Will já anda na casa dos 50 anos), depois de ter confiado o companheiro alvejado aos cuidados de Blue e do barbeiro-cirurgião de Alfredtown, prossegue o seu caminho sob a vigilância discreta da família do pregador, que rumina planos de vingança.
Tendo encontrado emprego, Will é encarregado pelo seu novo patrão de guardar o gado que pasta numa zona montanhosa e de expulsar os emigrantes que, porventura, se queiram instalar nas terras da imensa propriedade. Quando o velho cowboy chega, porém, à cabana que lhe está reservada, encontra-a já ocupada por Catherine Allen e pelo seu filho Horace, que ali haviam sido abandonados pelo pouco escrupuloso passador que os devia conduzir às livres e promissoras terras do Oregon. Apesar das ordens que recebera para expulsar os intrusos, WillPenny vai tolerar a sua presença e, graças a eles, recuperar dos ferimentos entretanto infligidos pelos selváticos Quint.
Os dias passam e Will começa a afeiçoar-se aos seus ocasionais companheiros. Mas, no momento de escolher entre os mistérios da vida de família (que ele nunca antes saboreara) oferecidos pela desejável e carinhosa Catherine, e o quotidiano difícil e solitário dos cowboys do Montana, o veterano vaqueiro acaba por optar, embora algo amargurado, pela sua vida difícil, mas independente.
O MEU COMENTÁRIO
A estreia, em 1968, deste admirável western (que era o terceiro trabalho realizado para o cinema por um profissional oriundo dos estúdios de televisão) veio chamar a atenção do público cinéfilo e dos críticos para Tom Gries, ao qual reconheceram talento.
Dispondo de um orçamento modestíssimo para a época («Will Penny» custou uma bagatela : menos de 1 300 000 dólares), Gries ofereceu-nos, apesar desses fracos meios, uma obra excelente, que descreve -com autenticidade- a rude e desencantada condição dos vaqueiros de fins do século XIX (confrontados, tal como os trabalhadores dos nossos dias, com reais e dolorosos problemas de emprego), ao mesmo tempo que apresentou uma obra bem narrada, no decorrer da qual a violência cede lugar, amiúde, ao intimismo e à emoção pura.
A película (cujos exteriores foram filmados na magnífica Floresta Nacional de Inyo, Califórnia, pelo consagrado Lucien Ballard) foi maravilhosamente bem servida por um Charlton Heston no auge da sua forma e que aqui desempenha um dos melhores papéis da sua rica e variada carreira de actor. De saudar é, igualmente, o trabalho e Joan Hackett, que, apesar de ser pouco conhecida do público, emprestou à personagem de Catherine –mulher à deriva nas imensidões do Oeste selvagem- uma extraordinária dimensão humana.
No que respeita a participação dos secundários, destaco a presença desse grande profissional que se chamou Donald Pleasance, que (no papel do fanático Quint) nos ofereceu mais uma inolvidável interpretação, aliás muito ao jeito do que sempre se espera de um senhor actor da sua classe; ressalvo, igualmente, o bom trabalho de Ben Johnson –que fora um dos actores preferidos de John Ford- e de Lee Majors, que aqui se estreou no cinema, encarnando a figura de Blue, um dos companheiros de Will Penny.
Quero referir, para termina, que Tom Gries realizou dois outros westerns para o grande ecrã : «Cem Armas ao Sol» (1969), que se caracterizou pela sua extrema violência e por um erotismo até então nunca visto em fitas do género e «O Comboio do Inferno» (1975), que nos proporcionou uma inesperada intriga policial (à maneira de Agatha Christie) no interior de uma composição ferroviária com destino às inóspitas terras do Nevada.
Uma cassete VHS contendo a cópia do filme «Will Penny» foi, há alguns anos atrás, editada no nosso país. Agora toda a gente aguarda que o mesmo aconteça com uma nova edição da película, desta fez sobre suporte DVD.
(M.M.S.)
Cartaz francês
Will Penny (à esquerda) é um vaqueiro já entrado na casa dos 50 e com problemas de emprego...
Cartaz espanhol
O excelente actor britânico Donald Pleasance (1919-1995) encarna -na película «Will Penny»- a figura alucinada do pregador Quint, o mau da fita
Capa do DVD com cópia do filme comercializado na Alemanha
Blue (Lee Majors) e Penny (Charlton Heston) deixam o baleado Dutchy (Anthony Zerbe) nas mãos do barbeiro-cirurgião de uma pequena localidade do território do Montana...
Outro cartaz original
Dois membros da selvática família Quint amparam Will Penny, que eles feriram gravemente para vingar um dos seus, morto durante uma rixa com o cowboy...
Outro cartaz francês
Catherine, o pequeno Horace e Will Penny poderiam ter constituído uma família feliz. Mas os escrúpulos do cowboy do Montana e os seus hábitos solitários deitaram por terra esse sonho da abandonada família Allen...
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