quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
«LE TEMPS DES CERISES»
Cerejas : vermelhas como o sangue dos mártires...
O TEMPO DAS CEREJAS
Escrito por Jean-Baptiste Clément em época anterior à da insurreição da Comuna (1871), o poema «Le Temps des Cerises» aparece associado a este drama da História de França, pelo facto do supracitado letrista ter -a posteriori- dedicado a canção (musicada por Antoine Renard) a uma enfermeira morta nas barricadas durante a Semana Sangrenta. O facto dos frutos evocados nesta bonita e nostálgica melodia serem de cor vermelha, idêntica ao do sangue derramado pelas inúmeras vítimas da repressão, ajudou a conectá-la com a causa da esquerda francesa e a fazer de «Le Temps des Cerises» uma canção de luta. O poema foi cantado, por milhares de manifestantes, em Maio de 1968 nas ruas de Paris e interpretada por Barbara Hendricks na emblemática praça da Bastilha, durante uma homenagem prestada a François Mitterrand no dia 10 de Janeiro de 1996.
Existem algumas variantes do texto original, mas o mais conhecido é, sem dúvida, aquele que aqui deixamos à curiosidade de quem tem a paciência de nos ler :
LE TEMPS DES CERISES
Quand nous chanterons le temps des cerises
Et gai rossignol et merle moqueur
Seront tous en fête
Les belles auront la folie en tête
Et les amoureux du soleil au coeur
Quand nous chanterons le temps des cerises
Sifflera bien mieux le merle moqueur
Mais il est bien court le temps des cerises
Où l’on s’en va deux cueillir en rêvant
Des pendants d’oreilles…
Cerises d’amour aux robes vermeilles
Tombant sous la feuille en goutes de sang…
Mais il est bien court le temps des cerises
Pendants de corail qu’on cueille en rêvant !
Quand vous en serez au temps des cerises
Si vous avez peur des chagrins d’amour
Evitez les belles !
Moi qui ne crains pas les peines cruelles
Je ne vivrais pas sans souffrir un jour…
Quand vous en serez au temps des cerises
Vous aurez aussi des chagrins d’amour !
J’aimerais toujours le temps des cerises
C’est de ce temps-là que je garde au coeur
Une plaie ouverte !
Et dame fortune en m’étant offerte
Ne pourra jamais calmer ma douleur…
J’aimerais toujours le temps des cerises
Et le souvenir que je garde au coeur !
Esta fotografia data do ano de 1871 e mostra elementos da Guarda Nacional defendendo uma barricada erigida pelos 'Communards' numa rua de Paris. A canção «Le Temps des Cerises», embora escrita antes dos acontecimentos que ensanguentaram a capital de França, tornou-se popular nas fileiras dos sublevados e é, ainda hoje, considerada um dos hinos (não oficiosos, obviamente) da esquerda política gaulesa
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