quarta-feira, 18 de abril de 2018

LEONOR DE AVIS, RAINHA DE PORTUGAL

Este selo dos Correios de Portugal lembra a rainha D. Leonor de Avis. Assim chamada por pertencer à família que fundou a nossa 2ª dinastia e, também, para a distinguir de outras soberanas que -com esse nome- reinaram no nosso país; nomeadamente D. Leonor de Aragão, esposa de el-rei D. Duarte. Natural de Beja (onde lhe seria erigida uma estátua), D. Leonor de Avis -uma das mulheres mais ricas da Europa do seu tempo- teve papel importante na nossa História, pela obra social que nos legou, fundando (com outros) as Misericórdias de Portugal. Era irmã daquele D. Diogo, duque de Viseu, que seu esposo -D. João II- executou por suas próprias mãos, por ter chefiado uma conspiração contra a sua real pessoa. E também mana do futuro rei D. Manuel I, um dos mais poderosos soberanos do século XVI. Mas, apesar de todas as virtudes que lhe apontaram os seus contemporâneos, D. Leonor nunca respondeu aos repetidos rogos de seu marido -vítima de um envenenamento- para que aparecesse em Alvor, onde, em grande sofrimento, o 'Príncipe Perfeito' veio a falecer no dia 25 de Outubro de 1495. -Terá sido com remorsos dessa sua atitude muito pouco cristã, que D. Leonor passou a sua longa viuvez (de 30 anos) a espalhar caridade, mandado construir hospitais para os pobres e erguendo igrejas e mosteiros por todo o país ? É provável. A 'Princesa Perfeitíssima', como chegaram a chamar-lhe, finou-se no seu Paço de Xabregas (então situado nos arrabaldes da capital do Reino) no dia 17 de Novembro de 1525, quando contava 67 anos de idade.  Dera indicações para ser sepultada, em campa rasa, no próximo convento da Madre de Deus; num lugar de passagem para que todos a pisassem. Isso, segundo rezam as crónicas, para dar um sinal da sua própria pequenez, perante a eternidade. Nota : O retrato da rainha D. Leonor reproduzido no selo (imagem de topo), é da autoria de C. Costa Pinto, artista que se inspirou numa ilustração decorando o rico Livro de Horas da soberana. A magnífica tela que (em baixo) a representa, é obra do notável pintor caldense José Malhoa.

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