quarta-feira, 18 de outubro de 2017

OURO VERMELHO

A especiaria mais cara do mundo é o açafrão legítimo, proveniente de uma planta ('Crocus sativus') da família das iridáceas, que é cultivada há mais de 3 000 anos. Oriunda, ao que parece, do Mediterrâneo oriental e de regiões vizinhas do hoje chamado Próximo Oriente, a dita, foi introduzida na Península Ibérica, pelos conquistadores árabes, no século IX. Aclimatou-se tão bem por cá, que Espanha é, nos nossos dias, um dos maiores produtores conhecidos; embora ainda se classifique muito longe do Irão, que detém 90% da produção e comercialização mundiais. A antiga Pérsia exporta, aliás, muito açafrão para o país vizinho, onde este produto chega a custar 5 000 euros o kg. Mas, devido à sua preciosidade, o açafrão é vendido aos gramas e negoceia-se, assim, à razão de 9 ou 10 euros. Prática que duplica o seu preço. Outros produtores de açafrão são (para além dos já referidos países) Marrocos, a Turquia e a Índia. O açafrão (especiaria) é unicamente constituído pelos pistilos da flor do crocus, delicadamente colhidos à mão. É necessário processar cerca de 150 000 flores para obter um quilograma de produto. Daí a sua raridade e o seu preço. É utilizado (para dar gosto e cor) em culinária, nomeadamente em receitas de arroz, como a paella, o prato emblemático da da Espanha mediterrânica. Devido ao seu preço elevado, é muitas vezes substituído na cozinha pela curcuma, uma especiaria oriental muito mais barata. O açafrão também é usado (desde há séculos) em tinturaria e para fins medicinais.

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