sexta-feira, 11 de agosto de 2017
ASSIM VAI O MUNDO...
PORTUGAL CONTINUA A ARDER
O flagelo do fogo voltou. E com vigor redobrado. Ontem, por causa dos incêndios florestais, parte da rede viária portuguesa (incluindo autoestradas) sofreu cortes durante horas, assim como a linha férrea do Alentejo. O incêndio de Abrantes, que chegou a ameaçar um bairro periférico dessa cidade do Ribatejo oriental (que se situa a escassos 40 quilómetros de minha casa) semeou o pânico entre a população local e requereu a presença de 800 operacionais e respectivo material de combate às chamas. Ontem estive em Castelo Branco e tomei -para aceder à capital da Beira Baixa- um troço disponível da A23. E o que vi na área envolvente dessa via rápida é medonho : centenas de hectares de floresta queimada e, no lugar do arvoredo e do mato, montes de cinza e de rochas calcinadas pelo fogo. E, pelo que de novo estamos a viver, parece-me não haver quem ponha mão nisto, que resolva um problema fulcral para a economia do país. E também muitíssimo grave para a imagem que Portugal -que se diz um país de turismo- transmite para lá das suas fronteiras. Os turistas, que, nestes últimos tempos, nos escolheram em grande número, para fugir a situações políticas instáveis noutros países da zona mediterrânica (onde plana a sombra do terrorismo), vão acabar por deixar-nos, devido à continuidade dos incêndios; dos quais eles têm medo, muito medo. E eu baseio estas palavras, por ter ouvido falar alguns deles sobre os fogos. Há dezenas de anos que políticos e pseudo-peritos botam discurso e tomam medidas sobre tão melindroso assunto. E até agora, nada ! Pior, a situação agrava-se. -Será por incompetência ? -Será por negligência ? Confesso que não posso avaliar. mas a verdade é que a situação de catástrofe permanente em que nós vivemos há tanto tempo merece reflexão e, sobretudo mais acção do que discursos.
A GUERRA ESPREITA
Li esta manhã nas capas de dois jornais o seguinte :
«Guerra : Coreia do Norte ameaça atacar os Estados Unidos até meados de Agosto», (jornal «i»).
e
«Presidente americano volta a ameaçar Pyongyang e o regime norte-coreano revela detalhes de disparo de mísseis. Seul e Tóquio preparadas para tudo» , («Diário de Notícias»).
Isto sugere-me algumas perguntas e alguns comentários : -como é que a Coreia do Norte (nas pessoas do seu dinástico ditador e sua corte de servis generais) pode imaginar, sequer, afrontar uma potência como os 'states'. Que, durante anos e anos, acumulou um arsenal (nomeadamente nuclear) poderoso e repousando na mais sofisticada das tecnologias de armamento ? Um armamento que poderia (se tal fosse possível) destruir o planeta várias vezes. Para mim, o regime da Coreia do Norte, que pouco se tem preocupado em alimentar a sua população, não se inquieta minimamente com o povo que 'governa'. E, a fazer fé naquilo que se lê nos jornais, pouco lhe importa que nesta insana aventura pereça metade dos seus administrados. Gente louca. E estou-me a referir a políticos e a militares de alta patente, que não me merecem um mínimo de respeito. Por outro lado, dizer-se que as populações de «Seul e de Tóquio estão preparadas para tudo», também me parecem palavras ligeiras, irresponsáveis. -Como é que se pode 'estar preparado' nessas metrópoles com vários milhões de habitantes cada uma delas, quando se tem uma espada de Dâmocles suspendida sobre as suas cabeças ? Porque esses homens, essas mulheres e até essas crianças sabem que, na hipótese de uma guerra total, centenas de milhar deles serão transformados em cinzas e que os sobreviventes sofrerão -toda a sua vida- dos efeitos da radioactividade. Sobretudo em Tóquio e no resto do Japão sabe-se disso. Pois, em 1945, as populações de Hiroxima e de Nagasáqui já fizeram essa dolorosa experiência. Quando, por razões de baixa política, o presidente Harry S. Truman lançou os malfadados B-29 contra cidades indefesas e já sem a mínima importância estratégica...
LUTA CONTRA A POLUIÇÃO AUTOMÓVEL
O presidente Emmanuel Macron e o seu ministro do Ambiente -Nicolas Hulot- anunciaram a sua intenção de -até 2040- acabar, em França, com os veículos movidos por motores que consumam carburantes de origem fóssil. -Será isso viável, possível de realizar, sobretudo em tão curto espaço de tempo ? Eu cá não sei. Mas não ignorando o facto de serem essas viaturas responsáveis por parte importante da poluição que envenena o nosso planeta, aplaudo e encorajo essa medida. Que muitos ainda acham utópica e destinada, na realidade, a ganhar as boas graças dos movimentos ecologistas que, por toda a Europa (mas não só), pugnam por uma Terra mais limpa e mais saudável. Em 2040 eu teria muito perto dos 100 anos de vida; e o mais certo é já ter ido, nessa altura, desta para melhor. Mas isso não invalida o facto de eu desejar para os meus filhos e para os meus netos (e para a descendência dos outros) um mundo melhor. Nota : o antigo Ministério (francês) do Ambiente, chama-se, agora, pomposamente, Ministério da Transição Ecológica e Solidária.
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