domingo, 23 de julho de 2017
O ÚLTIMO FALANTE DA SUA LÍNGUA
Este emplumado senhor chamou-se Edwin Benson. Pertenceu à nação Mandan e viveu e faleceu na reserva ameríndia de Fort Berthold, situada no estado do Dacota do Norte e que é, actualmente, partilhada pela dita nação com os povos Hidatsa e Arikara. Foi o último dos seus a falar fluentemente a sua língua de origem (que pertence à mesma família da usada pelos Sioux); que praticamente se perdeu com a sua morte ocorrid em 2016. Edwin falava, igualmente o idioma dos seus vizinhos Hidatsa e o provérbio africano que diz «quando morre um velho é como se ardesse uma biblioteca», não poderia ser melhor aplicado a alguém de outro. O extermínio dos primeiros americanos, durante o tempo que durou a colonização branca, e o seu posterior isolamento em reservas miseráveis, sem recursos, contribuiu -de forma decisiva- para a perda da cultura original de povos como os Mandan (e tantos outros), que, se pobres em invenções tecnológicas, tinham muito a dar-nos em matéria de humanismo. Uma lástima; sobretudo, porque eles ainda hoje são vítimas de discriminações de vária ordem, que os lançaram na miséria e nos braços de vícios -como o consumo de álcool e de drogas- que vão minando o seu orgulho, a sua auto-estima. Eu não tenho dúvidas de que esses povos foram vítimas de um dos crimes mais odiosos da História. Psiu ! Isto não se pode dizer. Porque é politicamente incorrecto.
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