quarta-feira, 19 de julho de 2017

O PARAÍSO TRANSFORMADO EM INFERNO

Quando -em 1789- parte da guarnição do famoso navio «Bounty» se revoltou contra o implacável e cruel capitão Bligh, foi procurar refúgio num arquipélago remoto do Pacífico, onde julgou ter encontrado um rincão do paraíso terrestre : as ilhas Pitcairn, que continuam a ser uma das mais remotas ilhas do oceano Pacífico. Esses pedaços de terra, perdidos na imensidão oceânica, transformaram-se, nos nossos dias, num verdadeiro inferno. Sobretudo uma das suas maiores ilhas, a de Henderson, que apresenta a triste particularidade de concentrar (nas suas praias) o maior índice mundial de lixo plástico. Ou seja (segundo avaliadores dignos de fé, ligados à revista «Proceedings of the National Academy of Sciences», da Austrália) 37,7 milhões de peças, pesando perto de 18 toneladas. Esse lixo tem-se ali acumulado ao longo dos anos, ao ritmo alucinante de 13 000 objectos por dia. Será conveniente saber, que Henderson (que, como o resto das Pitcairn, é administrada pelo Reino Unido) se situa num vórtice de correntes marítimas conhecido pelo nome de Volta do Pacífico Sul, que facilita o arremesso para as suas praias de muito do lixo negligentemente lançado ao oceano por navios provenientes da costa ocidental do subcontinente americano. Curioso é que, durante dois séculos, o arquipélago de Pitcairn foi preservado pelos seres humanos que o habitaram. E que, por essa razão, foi classificado (já no nosso tempo), pela UNESCO, como Património da Humanidade. -E agora, que fazer com a porcaria acumulada ? Esta é uma pergunta que requer uma resposta urgente. Como é importante (senão vital) questionar a maneira como, até aqui, a população mundial tem lidado com o plástico. Que se tem mostrado um invasor temível, um indestrutível elemento poluidor.

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