quarta-feira, 26 de julho de 2017
O PAÍS CONTINUA A ARDER. -PORQUÊ E ATÉ QUANDO ?
Ontem, sobre a minha aldeia -situada na parte ocidental do distrito de Portalegre- pairou, durante grande parte da tarde, uma extensa e espessa nuvem de fumo negro. Nuvem que obscureceu o céu, impedindo o sol de brilhar, como é habitual nesta época do ano. Essa escuridão, devida aos inúmeros incêndios florestais que devastam o centro do país, foi acompanhada por uma chuva de fuligem, que tudo suja e nos arrasa os nervos. Francamente, esta situação, que tem massacrado -no mais dramático sentido do termo- população e património, é desencorajadora e é inaceitável. E todos nós começamos a interrogar-nos sobre as origens desta 'fatalidade', que, ano após ano, empobrece e desfeia o nosso país. É que os incêndios de 2017 já ceifaram (até à presente data) muitas dezenas de vidas humanas, queimaram casas, fábricas, quintas e respectivos recheios e equipamentos e reduziram a cinzas uma área de mais de 106 000 hectares de floresta. -Até quando vai durar esta repetitiva tragédia, que nos cansa e nos preocupa ? Hoje acordei com a notícia de mais fogos ocorridos (ou reacendidos) aqui à minha volta. Nos concelhos de Gavião, de Mação, de Nisa, de Vila Velha de Ródão. Incêndios que estão a esgotar os bombeiros e a minar o moral das autoridades locais (câmaras, juntas de freguesia) e das populações, que não vêem o fim destas catástrofes. Que nos parecem ser tudo, menos naturais; embora a situação de seca e os ventos contribuam, em grande parte, para agravá-las. É tempo para apurar responsabilidades e, sobretudo, para investigar que interesses declarados e/ou escondidos se escondem por detrás desta hecatombe sem paralelo na Europa. Também é tempo de nos equiparmos (nem que seja à custa dos submarinos do Portas e dos F-16 de Vila Real) com material verdadeiramente apto para enfrentar o nosso mais tangível inimigo; que não é a Rússia de Putine, que não é o islamismo radical, mas o fogo. Que lentamente, mas seguramente vai devorando o nosso país. Basta ! Haja consenso entre os Portugueses, muito especialmente entre os partidos políticos e as suas cliques, que nos fatigam -sobretudo em momentos como estes- com as suas birras e contradições. Sirvam exclusivamente os interesses da nação, ou tenham vergonha na cara e desistam da política e dos cargos oficiais que ocupam. Sob pena de passarmos a apontá-los a dedo, como coisas inúteis (prejudiciais, direi mesmo) e gente sem interesse para o nosso país. Não desejo o regresso da ditadura (longe disso), mas a verdade é que com facções e gente destas não iremos a lado algum. Que fartura !!!
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