segunda-feira, 17 de julho de 2017

CINE-NOSTALGIA (70)


«O ÚLTIMO COMBATE» («Cheyenne Autumn») foi o derradeiro western realizado por mestre John Ford. Data de 1964 e é uma meia ficção, já que a parte verdadeira, a mais substancial, nos conta a odisseia dos últimos sobreviventes da grande nação Cheyenne, que percorreram cerca de 2 400 km para se deslocar (clandestinamente) da insalubre reserva do Oklahoma, onde o governo dos Estados Unidos os havia confinado, para o seu território de origem, no longínquo Wyoming. Fuga que foi feita sob a perseguição do exército e o controlo dos agentes do governo de Washington, pouco preocupados em tratar os ameríndios com a justiça devida a todos os seres humanos. Esta espectacular película foi produzida por um consórcio formado pelas companhias Warner Bros. e Columbia Pictures, foi filmada a cores e teve, originalmente, uma duração de 159 minutos. Encurtada, em certos países da Europa, para 2 escassas horas. Conta com um elenco de luxo, já que constam da lista de actores contratados Richard Widmark, Carroll Baker, Karl Malden, Sal Mineo, Dolores del Rio, James Stewart, Edward G. Robinson, Ricardo Montalban, Gilbert Roland, Arthur Kennedy, John Carradine, Patrick Wayne, Victor Jory, Elizabeth Allen, etc. Sinopse : Setembro de 1878. 286 Cheyennes -homens mulheres e crianças- decidem abandonar as terras áridas de uma reserva para índios, onde a comida rareia e as pessoas morrem literalmente de fome. Sendo a fuga daquele lugar de morte a única solução que os chefes de tribo encontraram para que alguns deles pudessem sobreviver à solução final imposta pelas autoridades. Nessa sua longa e desesperada viagem para o norte, os ameríndios vão apenas contar com a sua própria coragem e com a solidariedade militante de uma professora Quaker e de um oficial do exército, que tenta contornar as ordens que lhe foram dadas e alertar as autoridades políticas para o massacre de inocentes que se prepara... Extraordinário filme este, que diz mais sobre o tratamento desumano infligido aos pele-vermelhas vencidos, do que centenas de outros westerns produzidos por Hollywood; e que, bastas vezes, deturparam a verdade dos factos, para poderem exaltar a pseudo-valentia dos exterminadores. Nesta sua fita, Ford (que alguns chegaram a acusar de racista) soube colocar os pontos nos iis, restabelecendo verdades que muitos norte-americanos nunca quiseram ver nem ouvir. Mérito seu !

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