quinta-feira, 22 de junho de 2017

ÍDOLOS ESQUECIDOS


Faia, de seu verdadeiro nome João Júlio de Almeida e Silva, nasceu no dia 1º de Outubro de 1932, no Barreiro, e foi, sem dúvida, um dos melhores jogadores de futebol que despontou nesse autêntico viveiro de talentos que foi, outrora, a apelidada 'Vila Operária'. Começou a sua carreira desportiva bastante cedo e, em 1947 passou a alinhar nas equipas principais do Futebol Clube Barreirense. Tendo disputado, ao serviço dos alvi-rubros, 152 jogos de 1ª Divisão e marcado 76 golos. Mais tarde foi seduzido por uma oferta emanando da Académica de Coimbra, onde perfez 45 desafios e marcou 18 vezes. A sua saída do Barreirense (por decisão intempestiva e unilateral) não caiu bem no goto dos adeptos do seu primeiro clube e eu lembro-me muito bem de ele ter sido alvo, nessa ocasião, de apupos e insultos. Que, passados tantos anos, todos queremos esquecer. Ainda envergou (por 2 vezes) as cores do Sporting, onde não foi feliz, e do Grupo Desportivo da CUF (um dos outros clubes de elite da sua terra natal), onde participou em 54 partidas oficiais e onde averbou 20 tentos. Também, e por duas vezes, vestiu a camisola da selecção B. Depois, em tempo próprio, abandonou a actividade desportiva para gozar da reforma. O tempo foi passando e, como a glória é qualquer coisa de efémero, já pouca gente (que não do Barreiro) se recordará dele dentro dos estádios de futebol. Que, lembro, eram pelados, como os saudosos e tantas vezes visitados campos D. Manuel de Mello e de Santa Bárbara. Mas -eu tenho-o por certo- a sua algo atribulada carreira teve saldo positivo. Porque Faia foi um avançado possante, habilidoso, lutador e conclusivo. Faia anda agora na casa dos 80 e eu (que o vi jogar bastas vezes) daqui lhe envio o abraço de um anónimo, que ainda não esqueceu o excelente futebolista que ele chegou a ser. Um excelente praticante dessa modalidade atlética a que chamam o Desporto-Rei.

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