sexta-feira, 23 de junho de 2017

ESTRADAS DA MORTE

Na Estrada Nacional EN 236-1, que atravessa a região de Pedrógão Grande, pereceram -durante os violentos incêndios desta semana trágica- nada menos do que 47 pessoas : homens, mulheres e crianças. Pergunta-se : -Quem as mandou para ali e as precipitou para uma morte atroz ? -Ninguém sabe, ninguém diz... E o mais certo é que, como de todas as outras vezes e apesar da magnitude do drama que assolou aquela região, a culpa morrerá solteira. Eu não sei, muito sinceramente, como resolver o problema continuado dos fogos florestais no nosso país, O que sei é que -e porque esta situação dura há décadas e décadas, sem que se encontre uma solução para parar o flagelo das chamas- deve haver -a nível de responsáveis- muito desleixo, muita incompetência e muito interesse escondido. Porque se isso não fosse verdade, os fogos de Verão não teriam, ano após ano, consequências tão dramáticas, tão mortíferas. Para terminar este meu grito de revolta (que é, estou certo, o de muitos outros Portugueses) quero deixar um testemunho : aqui há uma dúzia de anos atrás, um medonho incêndio reduziu a cinzas grande parte do património florestal do meu concelho. -Sabem qual foi a resposta de quem deveria zelar pela sobrevivência das pessoas e por tomar medidas para que tal catástrofe não se repetisse ? -Eu digo : foi plantar à volta da minha aldeia e de outras da minha região, milhares e milhares de eucaliptos. Que agora se estendem por centenas de hectares, ocupando o terreno até 2 escassos metros das vias de circulação. Das quais, em caso de problema similar ao que matou 64 pessoas no Pedrógão e transformou as ditas vias em 'estradas da morte', ninguém poderá escapar ileso.

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