Natural da cidade de Aveiro, onde nasceu no início do século XVI (em 1507), Fernão de Oliveira foi um dos grandes portugueses do seu tempo. Mas que está, hoje, completamente esquecido... Foi frade dominicano; mas acusado de heresia pela Inquisição, foi várias vezes preso pelo tribunal do Santo Ofício. Fernão de Oliveira («clérigo e diplomata, escritor e filólogo, marinheiro e soldado, aventureiro e perseguido», como dele disse um dos seus biógrafos), foi o insigne autor da primeira Gramática da Língua Portuguesa e destacou-se, igualmente, como perito de construção naval e teórico da guerra no mar, deixando elucidativas e úteis obras sobre estas matérias : «Ars Nautica» e «Livro da Fábrica das Naus». Que, segundo os entendidos, muito contribuíram para lançar, nos anos Quinhentos, as bases da hegemonia portuguesa nos oceanos. Fernão (ou Fernando) de Oliveira também se ilustrou pelo facto de ter tecido «considerações morais condenatórias» sobre a escravidão e o comércio de escravos, podendo, pois, ser considerado um dos pioneiros do abolicionismo. Pouco antes de falecer, na sua cidade natal (em 1580), era um firme partidário de D. António, Prior do Crato, que ele considerava ser o legítimo herdeiro da coroa de Portugal. Sustentando essa sua tomada de posição contra Filipe II com escritos historiográficos, que apoiavam o candidato português ao trono deixado vago pelo cardeal-rei D. Henrique. Na imagem anexada (topo) pode ver-se o frontispício da sua «Grammatica da Lingoagem Portuguesa», editada no ano de 1536. E, em baixo, capa de outro dos seus livros : «Arte da Guerra do Mar».
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário