A Livraria Lello -considerada uma das mais belas do mundo- comemora hoje 111 anos de existência. Edifício emblemático da Invicta, conhecido pela monumentalidade do seu interior e pela riqueza do seu espólio, a Livraria Lello é já muito mais do que um banal lugar de comércio. A prova disso, é que no passado ano (2016) recebeu a visita de mais de 1 milhão de pessoas; portuguesas e de nacionalidade estrangeira. A afluência é tanta, que a gerência do estabelecimento se viu obrigada a cobrar entradas, sendo os ingressos descontados no preço do livro (ou dos livros) que os visitantes venham ali a adquirir. Enfim, a Livraria Lello tornou-se aquele espaço que qualquer capital europeia gostaria de poder mostrar como seu e como prova de uma cultura viva e actuante.
O magnífico Cinema Batalha, que foi inaugurado nos anos 40 do passado século, e que teve acção de realce na formação dos cinéfilos da Capital do Norte, vai ser agora -depois de muitos anos de inactividade- recuperado e transformado numa unidade cultural, que terá como principal eixo estratégico a 7ª Arte, através do conhecimento da sua história e da projecção regular de filmes em formatos analógicos e digitais. Na realidade, e se bem entendi, o município portuense quer transformar aquele grandioso e desaproveitado espaço numa cinemateca, que sirva a população da cidade e de toda a região nortenha. Para esse efeito, a Câmara Municipal do Porto, na pessoa do seu presidente Rui Moreira, já terá chegado a acordo com os proprietários do edifício, a quem a edilidade irá pagar uma renda mensal de 10 000 euros durante os 25 anos de arrendamento. Já agora deixai-me dizer que, apesar desse montante impressionar (sobretudo em tempos de crise), acho que são perfeitamente justificados; porque os portuenses poderão (deverão) colher frutos desse investimento cultural, que se adivinha ser de grande alcance.
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