Publico aqui -em homenagem a um artista que muito prezo- algumas reproduções de telas do grande pintor equatoriano Oswaldo Guayasamín. Que nasceu em Quito no ano de 1919 e que faleceu, em plena glória, na cidade norte-americana de Baltimore. Filho de um nativo e de uma mestiça de condição modesta, Oswaldo despertou, muito cedo, para a actividade artística, que o levou a frequentar a Escola de Belas Artes da sua cidade natal; de onde saiu diplomado (em 1941) em pintura e escultura. Em 1942, apenas com 21 anos de idade, expôs pela primeira vez no Equador e foi apupado pela crítica local, que não entendeu o vanguardismo do seu trabalho; mas um certo Nelson Rockefeller gostou do que viu, comprou várias das telas de Guayasamín e tornou-se num dos seus mecenas. Graças ao empenho do famoso milionário, o artista sul-americano foi para os Estados Unidos (ainda nesses ano), onde trabalhou e vendeu muitas das suas obras; o que lhe permitiu ganhar dinheiro e viajar para o México, onde conheceu mestre José Clemente Orozco, que fez dele seu assistente. Depois dessa sua primeira experiência fora das fronteiras do seu país, Guayasamín viajou por toda a América Latina, onde contactou com artistas como Neruda, do qual se tornou amigo, e na qual se identificou com as populações nativas e com os problemas que, por todo o lado, estas enfrentavam. Daí nasceu o desejo de as representar nas suas obras, fazendo do 'indegenismo' o seu tema preferido. Este artista ganhou alguns dos mais importantes prémios internacionais de pintura e as suas obras foram expostas -sempre com grande sucesso- em inúmeros países do mundo; onde ganhou muitos admiradores, que reconheceram em Guayasamín um dos mais emblemáticos artistas do século XX. Conheceu e retratou, então, figuras importantes do mundo artístico e político, tais como (e entre muitos mais) Fidel Castro, Gabriel García Márquez, François Mitterrand, Paco de Lucía, Rigoberta Menchú, o rei Juan Carlos, o já referido poeta Pablo Neruda, a princesa Carolina do Mónaco, Mercedes Sosa, etc. Oswaldo Guayasín faleceu nos EUA em 1999, vitimado por um enfarte agudo do miocárdio. Legou ao seu país e à cultura uma obra vasta, variada e valiosa, de carácter humanista (espalhada por museus, fundações -como a sua, em Quito- colecções particulares, murais), que reflecte a dor e a miséria de um mundo marcado pela violência e pela discriminação racial e social. Pena é que este grande pintor universal não tenha, na Europa, a projecção de outros artistas da sua valia... Ignorância ou desleixo ? -Aqui fica a pergunta.
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