terça-feira, 6 de dezembro de 2016

PASSANDO PELA BEIRÃ, À DESCOBERTA DE UM ALENTEJO DIFERENTE

Nas chuvosas tarde e noite do passado sábado estive na Beirã, uma aldeia norte-alentejana da raia. Para ali assistir a um concerto de Natal, patrocinado pelo INATEL e abrilhantado pelo Grupo Coral «Estrela da Planície», de Comenda. Apesar de próxima da minha terra, confesso que não conhecia a Beirã, localidade que foi, até há tempos recentes, a última paragem ferroviária do extinto ramal de Cáceres. Por onde circulavam comboios de mercadorias, mas, também e sobretudo, de passageiros, como o prestigioso 'Lusitânia Expresso', que ligava Lisboa a Madrid pela via mais directa. Parece, a dar fé no que me foi dito, que a localidade -que surgiu praticamente ao mesmo tempo que a ferrovia e o estabelecimento da respectiva estação- sofreu bastante com a supressão da referida linha; que retirou protagonismo à Beirã e que a privou de actividades que sustentavam a sua economia. Prometi a mim próprio que lá voltaria, numa altura mais amena do ano. Para visitar essa simpática e hospitaleira localidade de fronteira, que faz parte, administrativamente falando, de Marvão. Localidade inserida numa região, banhada pelo rio Sever, com atractivos para os turistas que procuram, para os seus dias de lazer, algo de diferente. Como, por exemplo, a gastronomia, a paisagem (rude, mas com encanto) e a riqueza do seu património arqueológico; que ali é particularmente rico em antas e dólmenes. Outra curiosidade da Beirã -para além da antiga estação, que está decorada com belíssimos azulejos- é, sem dúvida, o imponente Penedo da Rainha (erigido, pela, Natureza, praticamente na linha de fronteira), em cujo sopé terá descansado a rainha D. Leonor de Áustria -irmã do imperador Carlos V- que por ali passou com o seu séquito a caminho de Lisboa, no mês de Novembro de 1518, para ir casar-se com el-rei D. Manuel I.

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