quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

COISAS DO FUTEBOL... E À MARGEM DELE

O Benfica, que ontem defrontou o Nápoles no estádio da Luz, deu uma pálida imagem do que é e do que vale, nesse jogo de apuramento para os oitavos de final da 'Champions'. Levou, como é costume dizer-se, um 'banho de bola' da equipa italiana, o que não augura nada de bom para o próximo jogo com o Sporting... A equipa parece cansada e, pior do que isso, desmotivada. Sobretudo, depois do desaire algo inesperado que sofreu na ilha da Madeira, contra um Marítimo ainda marcado pelo resultado de 6-0 infligido poucos dias antes e que teimou em fazer a demonstração que não merecera tamanho castigo. É verdade que esta baixa de forma (ou desleixo ?) em nada compromete as aspirações dos benfiquistas quanto ao 'tetra', porque ainda há muito campeonato para jogar e porque é sabido que os seus adversários directos também terão -é fatal- algumas escorregadelas para dar. Mas seria bom (é a opinião deste treinador de bancada) que Rui Vitória revisasse a sua táctica e tivesse a coragem de retirar da equipa (momentaneamente que seja) aqueles atletas que, de toda evidência, estão a produzir menos. Seja qual for o seu estatuto no clube. Estou convencido que tais decisões só trariam vantagens ao glorioso clube das águias; que não pode ser vencido pela ansiedade que tem caracterizado, nestes últimos tempos, alguns dos seus rivais... E, já agora, um muito obrigado ao Dínamo de Kiev, que ao derrotar o Besiktas por folgada margem, permitiu que o Benfica transpusesse mais um obstáculo na sua caminhada europeia.


Os jogadores portugueses a operar em Espanha (mas não só esses) estão -ao que diz a comunicação social- envolvidos num esquema de fuga ao fisco, que já está a tomar a dimensão de escândalo planetário. Crime que só lhes poderá trazer aborrecimentos e sanções severas, incluindo (eventualmente) penas de prisão efectiva. Confesso que estou espantado com tanta ingenuidade por parte desses atletas de alto nível e, ao mesmo tempo, admirado com a atitude algo egoísta de gente que nada literalmente em dinheiro, mas que tem reticências em abdicar do quinhão desse pecúlio que pertence legalmente (e eles sabem-no) ao tesouro público.  Enfim, que aquilo que, actualmente, se está a passar com alguns dos nossos ídolos do futebol (e que num passado recente também atingiu Messi, Neymar e outros mais) sirva de exemplo aos restantes, àqueles que ainda resistem à tentação de jogar com cartas viciadas. Lembrem-se que, há muito, vivemos na época do 'big brother', que todos vigia e que tudo sabe sobre nós. Graças, aliás e em parte, à informação (abundante e de todo o género) que nós próprios vamos colocando na Net, a grande aliada da tal figura orwelliana supracitada. Diz-se para aí, nomeadamente na imprensa, que os jogadores em causa neste 'negócio' de milhões, terão sido 'aconselhados' por um conhecido agente desportivo; por um indivíduo que, aqui há uns meses atrás, esteve envolvido num tráfico de dinheiro (7 milhões de euros) proveniente de África. Uma pipa de massa que terá desembarcado clandestinamente em Tires (aeroporto sem vigilância, ao que se diz) e escondido na cave de uma moradia na Quinta da Marinha. Onde as autoridades a terão descoberto e apreendido, na sequência, ao que referiram os jornais, de uma delação... Termino perguntando : e gente desta, não é presa ?


O Sporting e o Porto, hoje, e o Braga, amanhã, vão tentar imitar o Benfica e atingir mais um degrau no patamar do seu percurso europeu. Tarefa difícil para alguns deles, que, por razões diversas, não estão em posição favorável para realizar esse objectivo. Terá que haver muito espírito de sacrifício, muita luta para transpor todas as barreiras que lhes serão colocadas no caminho por adversários valorosos e com ambição. Cá ficaremos a torcer para que os clubes nacionais de futebol se superem, se excedam, e que alcancem as vitórias desportivas desejadas por todos os portugueses. Independentemente das cores que defendam nas competições domésticas. Força !!!


As instâncias que presidem e organizam as competições internacionais de futebol na América do Sul aprovaram -por unanimidade- a atribuição do título de campeão do subcontinente à Associação Chapecoense de Futebol; que, como foi notícia, perdeu todo o seu plantel (para além de técnicos e administradores do clube) num desastre de avião ocorrido perto de Medellín, na Colômbia. Esta digna atitude -destinada a honrar o malogrado clube brasileiro- foi tomada pela meritória iniciativa do Atletico Nacional, o clube colombiano que deveria disputar a final da competição em causa. Parabéns, pois, ao clube de Medellín, que mostrou grande generosidade com esse gesto magnânimo; que atesta bem que a grandeza de um clube também pode ser feita de solidariedade para com os rivais. Bravo ao Atletico Nacional, sem dúvida um grande campeão !

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