terça-feira, 29 de novembro de 2016
FIGURAS (QUASE) DESCONHECIDAS DA NOSSA HISTÓRIA
A princesa D. Sancha Sanches (também conhecida, a partir de 1705, pelo apodo de Beata Sancha de Portugal) era filha de el-rei D. Sancho (primeiro do nome) e, por consequência, neta de D. Afonso Henriques, o fundador da nacionalidade. Esta infanta nasceu na cidade de Coimbra, em 1180. E, depois da morte de seu pai (ocorrida em 1211), e por disposição testamentária deste, recebeu o senhorio de Alenquer e todos os privilégios e rendimentos inerentes, assim como o direito de usar o título de rainha. Tal facto, deu azo a uma rivalidade com seu irmão D. Afonso II, que viu nesse privilégio concedido a sua mana uma entorse à autoridade real e motivo de futuras querelas sobre a integridade do território nacional. O caso prolongou-se até ao reinado de D. Sancho II, soberano que reconheceu (no ano de 1223) os direitos concedidos à tia, mas que exigiu que D. Sancha renunciasse ao título de rainha; ao qual, segundo as leis do tempo, ela, com efeito, não tinha direito. Tendo-se entregado, de corpo e alma, à vida religiosa, a infanta fundou o mosteiro cisterciense de Celas, no qual viveu os derradeiros tempos da sua vida (faleceu em 1229) e onde foi primitivamente enterrada. O seu corpo seria, posteriormente, transladado para o mosteiro de Lorvão, que era governado por sua irmã Teresa. D. Sancha Sanches -assim como a referida infanta D. Teresa, sua irmã- foi canonizada pelo papa Clemente VI, através da bula 'Sollicitudo Pastoralis Offici', datada de 13 de Dezembro de 1705.
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