terça-feira, 20 de setembro de 2016

NOVAS TAXAS SOBRE A HABITAÇÃO DOS MILIONÁRIOS

A propósito do aumento das taxas sobre as casas que valem ou superam 1 milhão de euros e que, por consequência, pertencem a gente muitíssimo rica e que, na verdade e no nosso país, paga impostos baixíssimos, lembram alguns jornais do dia que os portugueses mais modestos, moradores em habitação social, têm, actualmente, 80 milhões de euros de rendas em atraso. Há aqui realmente um paradoxo e uma correcção a fazer. Não se trata de castigar quem é afortunado (quem é que não gostaria de ganhar no euromilhões ?), mas de pedir a essa gente (através do aumento razoável dos seus impostos prediais) para que concorram para o equilíbrio de uma situação que se arrasta e que contribui para que Portugal seja o país mais desigual da Europa. País onde o fosso entre ricos e pobres tem vindo a aprofundar-se de maneira assustadora. Castigar os ricos ? -Nada disso, apenas uma questão de justiça.

Referentemente ao estado de indigência que atinge vastos sectores da nossa população, começaram também agora a aparecer, na imprensa, dados apurados pelo estudo 'Desigualdade do Rendimento e Pobreza em Portugal', que foi promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. E que revela (entre muitas mais coisas) aquilo que já foi dito. A saber : que Portugal é um dos países da Europa com maior desigualdade e que os níveis se agravaram nestes últimos anos. Pois quanto maior é a desigualdade, maior é o risco de se galopar para a pobreza. A mesma fonte também nos instrói que, nos anos mais agudos da crise (2009-2014), foram os pobres (e não a classe média, como geralmente se pensa e se diz) quem mais sofreu com a perda de rendimento : que se cifrou, para eles, nuns escandalosos 25%. -Perante isto, quem é que pode aceitar tal situação ? -Quem é que pode, sendo rico, não ter um gesto de solidariedade para com os seus compatriotas menos favorecidos ?

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