domingo, 28 de agosto de 2016

RESTOS DO IMPÉRIO...

Estas imagens mostram a cidade marroquina de Arzila. A de topo é uma ilustração (alemã) da praça no tempo da presença lusa, que durou de 1471 a 1550 e, numa fase posterior, de 1577 a 1589. E a segunda -uma fotografia- mostra um troço de muralha portuguesa, hoje integrada no casario. Esta cidade litorânea do norte de África foi investida pelos exércitos de D. Afonso V (cerca de 28 000 homens, entre os quais se encontrava o jovem príncipe D. João), que a tomaram no dia 24 de Agosto do já referido ano de 1471. Essa força militar (muito importante para a época) foi transportada por por uma frota de mais de 400 velas, que zarpara de Lagos uma semana antes. A fácil conquista de Arzila (precedida de um espectacular desembarque de guerreiros e de instrumentos de assédio) ficou a dever-se às preciosas informações atempadamente transmitidas pelos espiões d'el-rei -Pero de Alcáçovas e Vicente Simões- que, meses antes, se haviam introduzido na praça travestidos de mercadores e que, sob esse disfarce, ali se inteiraram da melhor maneira de a tomar de assalto. Parece que os Portugueses usaram de extrema violência contra a guarnição moura e também contra a população muçulmana da cidade. De tal modo que, 4 dias após a vitória fulminante dos Portugueses em Arzila, a tão cobiçada Tânger se entregou aos nossos sem luta.


D. Afonso V, cognominado 'O Africano', foi o artesão da conquista de Arzila. Na aventura, arrastou seu filho, o príncipe D. João (futuro rei D. João II), que, ao tempo, contava apenas 16 anos de idade; e que precocemente ali recebeu as esporas e a dignidade de cavaleiro.

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